Pugh iniciou sua nadada no Rio Hudson em 13 de agosto de 2023 e está finalizando sua jornada um mês depoisED JONES / AFP
Britânico nada 500 km no Rio Hudson, nos EUA, em defesa dos afluentes
Nadador lembrou que há apenas 50 anos nadar neste rio, 'um dos mais poluídos do mundo, teria sido impossível'
O nadador britânico Lewis Pugh nadou mais de 500 quilômetros no rio Hudson, que deságua ao sul de Manhattan e em Nova Jersey, nos Estados Unidos, para lembrar o mundo que os afluentes são "essenciais para a vida na Terra".
Às vésperas da semana da Assembleia Geral da ONU, na qual começa a assinatura do recém-acordado Tratado do Alto Mar, o nadador de resistência, que também tem nacionalidade sul-africana, lembrou que há apenas 50 anos nadar neste rio, "um dos mais poluídos do mundo, teria sido impossível".
"Precisamos de rios limpos e saudáveis", argumentou Pugh, designado pela ONU em 2013 como o primeiro Patrão dos Oceanos, que nadou na Antártica, no Polo Norte, no Mar Vermelho e em lagos do Himalaia para conscientizar o mundo sobre sua importância e sobre a necessidade de poder nadar, pescar e comer peixe com segurança.
Além da fauna e da flora exuberantes, durante os 32 dias de sua aventura, pessoas de todas as idades o acompanharam em alguns trechos, um claro sinal para este defensor do meio ambiente de que "as pessoas voltaram a nadar no rio".
A odisseia do nadador começou na nascente do Hudson, nas montanhas de Adirondack, no norte do estado de Nova York, até a sua foz, entre Manhattan e Nova Jersey.
Muitas pessoas que encontrou no caminho lembraram como a cor do rio mudava antes das autoridades decidirem limpá-lo na década de 1970: "um dia poderia ser amarelo, no dia seguinte azul e no seguinte verde, dependendo do que estava sendo tingido, como se estivessem tingindo roupas ou outra coisa", recordou.
Pugh espera que seu feito, sendo a primeira pessoa a nadar nas águas frias do icônico rio, inspire as populações da Ásia, África, América do Sul ou Europa a pensar: "nosso rio também pode ser salvo".
Como o rio Sena, que passa por Paris, a capital francesa, onde se espera que a partir dos Jogos Olímpicos de 2024 seja possível nadar sem riscos para a saúde pela primeira vez em 100 anos.
Para isso, o costarriquenho Carlos Manuel Rodríguez, presidente do Global Environment Facility (GEF), que trabalha em 150 países, disse ao final da façanha de Pugh que é necessário "mudar o consumo irracional e o sistema de produção" atual.
"Se os humanos desaparecessem da Terra, em um ano, os rios teriam se recuperado, mas não queremos que os humanos desapareçam, queremos rios limpos e temos o conhecimento e os recursos para fazer isso", lembrou.
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