Binance é investigada pelo Departamento de Justiça dos EUAAFP

A Binance, maior plataforma mundial de negociação de criptomoedas, vai deixar a Rússia, anunciou a empresa nesta quarta-feira, 27, em meio aos temores de perseguição por parte das autoridades dos Estados Unidos devido ao conflito na Ucrânia.

A empresa venderá todas as suas atividades na Rússia para a CommEX, uma plataforma de negociação de criptomoedas criada oficialmente na terça-feira, 26. A Binance pode estar sob investigação das autoridades americanas.
De acordo com uma informação divulgada pela agência Bloomberg em maio, a plataforma era suspeita de ter permitido que cidadãos russos evitassem as sanções dos Estados Unidos impostas contra Moscou após a invasão da Ucrânia. A empresa, que enfrentou várias polêmicas desde sua criação em 2017, negou a violação das sanções.

"Reconhecemos que operar na Rússia não é compatível com a estratégia de 'compliance' da Binance", disse o porta-voz da empresa, Noah Perlman. A plataforma informou que o processo de venda de suas atividades na Rússia vai demorar um ano para ser concluído.
A Binance é líder mundial de criptomoedas, um setor que registrou uma série de escândalos, como hackers, roubos e quedas expressivas na Bolsa. Duas agências reguladoras americanas processaram a plataforma e, segundo vários meios de comunicação, a empresa e seu fundador e CEO, Changpeng Zhao, estão sob investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por lavagem de dinheiro.

O volátil setor de criptomoedas registrou valorização de mais 3 trilhões de dólares no ano passado graças a uma série de produtos complexos promovidos por celebridades.

Mas a bolha explodiu alguns meses depois, em particular com a falência da plataforma FTX e o indiciamento de seus executivos.