EUA sanciona rede chinesa que fornece precursores de fentanil a cartéis mexicanosReprodução: redes sociais
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) sancionou 28 pessoas e empresas, todas sediadas na China, exceto três com sede no Canadá, por estarem "envolvidas na proliferação internacional de drogas", informou o Departamento do Tesouro.
Este ano, o governo do presidente democrata Joe Biden se propôs a combater as redes mundiais de fentanil, um opioide sintético fabricado, segundo Washington, por dois cartéis mexicanos: o de Sinaloa e o Jalisco Nueva Generación, que recebem as substâncias produzidas pela rede sancionada.
O fentanil se tornou um estorvo nas relações com seu vizinho, México, acusado sobretudo pelos republicanos de não fazer o suficiente contra o tráfico deste opioide.
O Tesouro toma medidas para “interromper uma rede responsável pela fabricação e distribuição de drogas” que matam dezenas de milhares de americanos todo ano, afirma o subsecretário do Tesouro, Wally Adeyemo, citado em um comunicado.
Entre as drogas que mais preocupam o governo está a xilazina, também conhecida como tranq. Este sedativo e analgésico veterinário que é consumido misturado, por exemplo, ao fentanil, foi apelidado de “droga zumbi” devido às terríveis feridas que causa, incluindo necrose.
“As redes atingidas hoje estiveram envolvidas com o tráfico de xilazina e nitazeno”, outro opioide sintético, aponta o Tesouro.
Os nitazenos não são aprovados para uso médico nos Estados Unidos e alguns deles são muito mais potentes que o fentanil, que já é 100 vezes mais forte que a morfina e 50 vezes mais que a heroína.
Negócios de fachada
Sob o comando de Du, a organização teria fabricado e destruído toneladas de substâncias precursoras de nitazenos, fentanil, metanfetaminas e ecstasy.
A rede é “fornecedora” de muitos narcotraficantes nos Estados Unidos, vendedores da darkweb, autores de lavagem de dinheiro em moeda virtual e grupos criminosos no México, acrescentou o Tesouro.
Washington acusa Du, como líder da organização, de supervisionar equipes de vendas sediadas na China que se comunicam com seus cúmplices por meio de mensagens cifradas.
Esses grupos enviam e recebem dinheiro por meio de criptomoedas, transferências bancárias e outros tipos de transações.
Como resultado das sanções, todos os bens e participações em bens dos sancionados que estiverem nos Estados Unidos ou em poder de americanos ficam bloqueados.
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