Nenhum grupo reivindicou o atentado até o momentoAFP
O bombardeio, que ocorreu em Homs, deixou "mais de 100 mortos, quase metade deles oficiais e 14 civis", informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sediado no Reino Unido.
Além disso, mais de 125 pessoas ficaram feridas, acrescentou a organização, que possui uma ampla rede de fontes de informação no país.
O exército sírio detalhou em um comunicado que o ataque foi realizado com "drones carregados de explosivos" e culpou "organizações terroristas" pela tragédia. Também prometeu "responder com firmeza".
Nenhum grupo reivindicou o atentado até o momento. Grupos jihadistas que controlam parte do território às vezes usam drones armados.
A cidade de Homs se tornou um reduto dos rebeldes após o levante pró-democracia de 2011. Mas as forças do governo recuperaram o lugar em 2017 após violentos combates.
Após o ataque contra a academia militar, as forças governamentais bombardearam a região de Idlib, o último reduto dos rebeldes no noroeste do país, de acordo com relatos de alguns moradores. O OSDH relatou quatro civis mortos.
A guerra na Síria, que eclodiu após a repressão governamental às manifestações de 2011, já causou cerca de meio milhão de mortes e deixou o país fragmentado.
Escalada
Ancara bombardeou nesta quinta uma usina elétrica, uma represa, uma fábrica e vários locais petroleiros na província de Hasaka, controlada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão dominada pelos curdos e apoiada pelos Estados Unidos.
As FDS desempenharam um papel fundamental na derrota do Estado Islâmico na Síria. Segundo um comunicado das forças curdas, "seis membros das forças de segurança morreram em um ataque" e "dois civis" que circulavam de motocicleta morreram em outro. O porta-voz das FDS, Farhad Chami, relatou uma nona morte.
A Turquia justificou o ataque pelo atentado ocorrido no domingo contra o Ministério do Interior em Ancara, que matou dois policiais.
O atentado foi reivindicado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, turco), que está em luta armada contra as autoridades turcas.
A Turquia alega que os autores do ataque foram treinados na Síria, mas o líder das FDS, Mazlum Abdi, negou essas acusações.
Ancara classifica como "terrorista" o principal componente das FDS, as Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera uma extensão do PKK.
"Há uma clara escalada" contra as áreas controladas pela administração curda no nordeste da Síria, alertou Chami.
Em resposta ao atentado em Ancara, a Turquia também bombardeou posições do PKK no norte do Iraque, que faz fronteira com a Síria e a Turquia. Entre 2016 e 2019, Ancara realizou três operações contra as forças curdas na Síria.
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