Bandeira da Venezuela AFP
ONU anuncia fundo para apoiar acordo social negociado na Venezuela
Fundo de 3 bilhões de dólares (15,19 bilhões de reais) será administrado pela Organização das Nações Unidas
As Nações Unidas anunciaram, nesta quinta-feira (19), a criação de um fundo fiduciário para atender necessidades sociais na Venezuela, como resultado de um acordo alcançado entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição.
O fundo, de 3 bilhões de dólares (15,19 bilhões de reais) segundo o acordo, será administrado pela ONU e alimentado pelo dinheiro de contas de venezuelanos que foram bloqueadas por sanções contra o país caribenho.
“Beneficiará as pessoas vulneráveis na Venezuela, fornecendo a elas assistência de saúde e outras necessidades básicas”, de acordo com uma nota do serviço de imprensa da ONU.
As negociações entre o governo e a oposição venezuelana foram reativadas na terça-feira em Barbados, com um acordo político que fixa as eleições presidenciais para o segundo semestre do próximo ano com observação internacional.
O fundo havia sido até então um entrave nas negociações, que começaram no México em agosto de 2021.
O governo de Maduro condicionava seu retorno à mesa de negociação à “devolução” dos 3 bilhões de dólares congelados, enquanto a oposição insistia na atuação da ONU como gestora do dinheiro.
“Recebemos a notícia por parte da Organização das Nações Unidas de que o secretário-geral António Guterres havia dado aval para a abertura do fundo social desse mecanismo que foi assinado na Cidade do México em novembro do ano passado”, disse o chefe da delegação governista, Jorge Rodríguez, que também preside o Parlamento.
"Estamos empenhados em garantir que quem assina (...) um documento se comprometa, no mínimo, com duas coisas: fazer valer esse documento e (...) aderir à verdade", acrescentou.
A ONU não deu detalhes sobre as contas de onde virão os recursos nem como serão distribuídos, embora tenha adiantado que o programa de vacinação infantil está entre as prioridades.
Cerca de 1,5 bilhão de dólares (7,6 bilhões de reais) foram desbloqueados em agosto de uma conta em Portugal, após uma decisão judicial, mas não está claro se esse dinheiro irá para o fundo da ONU, como pede a oposição.
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