Organização das Nações Unidas (ONU)AFP

A Assembleia Geral da ONU vai se reunir, na próxima quinta-feira (26), para discutir a guerra desatada pelo ataque do Hamas em solo israelense. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, o trinitário-tobagense, Dennis Francis, em carta aos Estados-membros.

A reunião será celebrada a pedido de vários países, em particular da Jordânia em nome do grupo árabe, além de Rússia, Síria, Bangladesh, Vietnã e Camboja, porque o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a um acordo sobre uma resolução relativa a este conflito.

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU, que costuma ficar dividido sobre a questão israelense-palestina, rejeitou inicialmente uma proposta russa que pedia um "cessar-fogo humanitário".

Apenas cinco, dos 15 Estados-membros do Conselho apoiaram este texto, que condenava "toda violência contra civis e todos os atos terroristas", mas não nomeava o grupo islamista palestino Hamas, o que é inaceitável para Estados Unidos, Reino Unido e França.

Um segundo projeto de resolução elaborado pelo Brasil, que ocupa a presidência rotativa do Conselho em outubro, foi bloqueado pelo veto americano. Washington criticou o texto por não mencionar o "direito a se defender" de Israel, enquanto 12 países votaram a favor.

Antes da reunião da Assembleia Geral, às 10h locais (11h de Brasília) de quinta-feira, o Conselho de Segurança voltará a se reunir para abordar o tema. Espera-se que vários ministros das Relações Exteriores participem desta reunião, prevista há algum tempo.
Ministro brasileiro afirma que decisão é do Conselho
No último dia 13, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, disse que não interessa ao Brasil, neste momento, uma possível reavaliação do grupo Hamas, classificando-o como terrorista. Segundo o ministro, uma nova classificação do grupo, sem seguir o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), faria com que o país perdesse seu papel como mediador e sua capacidade de condução ao cessar-fogo.

"Não cabe ao país, ao governo qualquer tipo de relação que não seja uma relação institucional de país para país. Quem fala pela autoridade palestina é o presidente da Palestina; quem fala por Israel, é o presidente de Israel e é assim que estamos mantendo o diálogo", disse, em entrevista nesta sexta-feira, 13, à BandNews. "A partir do momento que mergulhássemos em questões internas de grupos A ou B que existem e têm seus posicionamentos, nós perderíamos nosso papel de mediador responsável e capaz neste momento de conduzirmos um caminho que possa levar ao cessar-fogo e ao final da guerra."