Primárias da eleição venezuelana foram impugnadasAFP
Primárias da oposição venezuelana são impugnadas na Suprema Corte
Processo foi movido por um deputado dissidente da oposição
Um dissidente da oposição apresentou, nesta terça-feira (24), um recurso de impugnação junto à Suprema Corte da Venezuela para impugnar as primárias que definiram a adversária do presidente Nicolás Maduro nas eleições de 2024 por considerar que os números de participantes foram inflados.
Luis Brito, deputado no Parlamento e tachado de colaboracionista pela oposição tradicional, apresentou um recurso na Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça contra a votação de 22 de outubro, vencida por María Corina Machado, que está inabilitada politicamente.
É "um recurso contencioso para que possa ser revisto todo o conjunto de irregularidades" do processo, disse Brito a jornalistas. "Destaquei uma delas, no meu modo de ver, a principal irregularidade: a não pretensão, mas o fato consumado de inflar descaradamente os números de participação".
"Espero que (...) possam ser estabelecidas responsabilidades, porque chega de impunidade", acrescentou.
Machado obteve 1,5 milhão de votos (93% do total), de acordo com o segundo boletim parcial dos organizadores das primárias, após a apuração de 64,88% das atas.
A maioria dos candidatos reconheceu esta vitória e se somou à sua campanha presidencial.
Machado está impedida de ocupar cargos públicos por 15 anos, o que teoricamente a impediria de inscrever sua candidatura contra Maduro nas eleições presidenciais previstas para o segundo semestre do próximo ano.
Trata-se de um tema espinhoso que a oposição tenta resolver na mesa de negociações com o governo, e com o qual os Estados Unidos condicionam a suspensão parcial das sanções petroleiras contra o país.
Brito alertou para um possível cenário de violência se não puder participar das eleições. "É a tese peregrina 'depois de mim, o dilúvio', de nos levar por uma via que não é precisamente o caminho eleitoral".
Maduro e outros líderes chavistas têm atacado as primárias sob o mesmo argumento de manipulação dos números. Cilia Flores, esposa de Maduro, pediu que os "responsáveis pela fraude respondam às autoridades por este crime".
O processo já tinha sido impugnado antes mesmo de sua realização, em maio, perante o Tribunal Supremo, que não se pronunciou na ocasião.
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