Bombardeio em Gaza AFP
"Sua eliminação foi executada como parte de uma ampla ofensiva contra os terroristas e contra as infraestruturas terroristas do Batalhão Central de Jabaliya, que havia tomado o controle de vários prédios civis da Cidade de Gaza", informou o exército israelense.
Um vídeo feito pela AFP mostra que pelo menos 47 corpos foram retirados dos escombros depois que o ataque atingiu várias casas do acampamento. Dezenas de pessoas observavam à beira de duas grandes crateras, enquanto outras buscavam sobreviventes.
Segundo o Exército, túneis usados pelo Hamas também foram destruídos. Para o morador de Jabaliya Ragheb Aqal, os bombardeios foram como um terremoto atingindo o acampamento.
Antes do ataque, o Ministério da Saúde havia informado um número de 8.525 mortos na Faixa de Gaza por bombardeios israelenses desde 7 de outubro, quando combatentes do Hamas lançaram um ataque a Israel que desencadeou a guerra atual.
Em entrevista à CNN, o porta-voz do Exército de Israel, o coronel Richard Hecht, confirmou o bombardeio e afirmou que Biari estava "escondido entre os civis". O âncora Wolf Blitzer questionou o ataque. "Israel lançou uma bomba para matar este comandante do Hamas sabendo que muitos civis inocentes seriam mortos. É isso?", questionou. "Essa é a tragédia da guerra", respondeu Hecht.
Civis
O Exército israelense reiterou ontem o alerta para que os moradores de Gaza fujam para o sul do território. Mais de metade da população de 2 milhões foram deslocados desde que Israel começou a atacar o enclave. A investida sobre Jabalia, porém, pode ter tido um impacto mais amplo. De acordo com imagens da emissora Al-Jazira, dezenas de pessoas tentavam retirar sobreviventes dos escombros. Imagens do local mostravam uma imensa cratera no meio do campo de refugiados.
A ONG Médicos Sem Fronteiras se disse "horrorizada" com o bombardeio. "Crianças pequenas chegaram ao hospital com ferimentos profundos e queimaduras graves. Chegaram sem as famílias. Muitas gritavam e perguntavam pelos pais", disse o médico Mohamed Hawajreh.
Autoridades humanitárias alertaram ontem que os civis palestinos enfrentam uma catástrofe crescente. "A escala do horror que as pessoas estão vivendo em Gaza é realmente difícil de descrever", disse Martin Griffiths, principal responsável da ONU para assuntos humanitários. "As pessoas estão cada vez mais desesperadas à procura de comida, água e abrigo."
Demissão
Craig Mokhiber, diretor do escritório de Nova York do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, pediu demissão ontem em protesto contra o bombardeio de Gaza.
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