Mais de 11 mil palestinos e israelenses morreram nos conflitosSaid Khatib/AFP

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, voltou a criticar, nesta terça-feira (7), a “paralisia lamentável” do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) frente à guerra no Oriente Médio. O chanceler brasileiro ponderou que a estabilidade internacional é essencial para a prosperidade e o desenvolvimento e comentou sobre a atuação do Brasil à frente do Conselho de Segurança da ONU.

“Mobilizamos todos os nossos esforços para reverter a paralisia do principal órgão do sistema multilateral em favor de uma solução para a alarmante situação humanitária na região. É lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o Conselho de Segurança não tenha conseguido estar à altura de seu nobre mandato”, afirmou.

O ministro Mauro Vieira falou sobre o tema, nesta manhã, durante a abertura da 6ª edição do evento Fórum de Investimentos Brasil, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estava presente.
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores - Lula Marques/Agência Brasil
Mauro Vieira, ministro das Relações ExterioresLula Marques/Agência Brasil


O Brasil presidiu o Conselho de Segurança da ONU em outubro, quando articulou uma resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a abertura de um corredor humanitário para atender a população civil palestina.

A proposta teve maioria dos votos do conselho (12 entre 15 membros), mas recebeu o veto dos Estados Unidos. A potência econômica das Américas alegou que a proposta não mencionou o direito de Israel se defender. Vieira já havia criticado o conselho após a proposta costurada pelo Brasil ter sido vetada. Segundo ele, a reputação da ONU estaria vinculada a atuação do órgão no conflito do Oriente Médio

Para especialistas entrevistados pela Agência Brasil, a diplomacia brasileira atuou como moderador no Conselho, tentando não ser um ator político do conflito no Oriente Médio.
Conflito
A guerra começou depois do ataque terrorista do grupo Hamas, em Israel, no dia 7 de outubro. A ação deixou mais de 1.400 mortos, além de terminar com o sequestro de 240 reféns.
Em respostas, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e, desde então, bombardeia o território controlado pelo movimento palestino. Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 10.000 pessoas morreram em Gaza. Quase dois terços seriam menores de idade e mulheres.

Conselho de Segurança
Criado junto com a ONU após a 2ª Guerra Mundial, o Conselho de Segurança da ONU é a instância responsável por zelar pela paz mundial. Para que uma resolução seja aprovada no conselho é preciso o apoio de nove dos 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto. O Conselho tem cinco membros permanentes, a China, França, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos.
Com informações da Agência Brasil.