Papa FranciscoAFP
Papa destitui bispo americano Joseph Strickland
Decisão ocorreu após pontífice argentino enviar dois bispos americanos para visitar a diocese de Strickland, no Texas, em junho
O papa Francisco destituiu, neste sábado (11), o bispo americano Joseph Strickland, um conservador proeminente que criticou repetidamente seu papado, anunciou o Vaticano.
Esta decisão de destituir um alto funcionário católico, uma medida muito incomum, ocorreu depois de o pontífice argentino enviar dois bispos americanos para visitar a diocese de Strickland, no Texas, em junho.
"O Santo Padre destituiu Joseph E. Strickland do governo pastoral da diocese de Tyler [Estados Unidos]", anunciou o Vaticano, em um comunicado.
O bispo de Austin, Joe Vásquez, foi nomeado administrador apostólico da diocese, acrescentou a nota.
O Vaticano não especificou o motivo da inspeção apostólica - tornada pública pelo próprio Strickland - nem quais foram suas conclusões.
Nomeado pelo ex-papa Bento XVI em 2012, Strickland tem sido um dos críticos mais vocais de Francisco.
O papa argentino, de 86 anos, tenta tornar a Igreja mais empática e aberta a diferentes pontos de vista. Enfrenta, no entanto, a feroz oposição de seus críticos, especialmente nos Estados Unidos, que o acusam de semear confusão e de não respeitar as crenças fundamentais dos católicos.
Em uma mensagem publicada este ano na rede social X (antigo Twitter), por exemplo, Strickland acusou o papa de "minar o depósito da fé".
Em uma publicação em seu blog em setembro, o bispo respondeu aos rumores de que o Vaticano o estimulou a renunciar.
"Não posso renunciar como bispo de Tyler, pois seria o equivalente a abandonar o rebanho sob minha responsabilidade", escreveu ele, observando que respeitaria "a autoridade do papa Francisco, se me destituir como bispo de Tyler".
"Amo Jesus Cristo e a Igreja Católica que ele fundou. Meu único desejo é falar sua verdade e viver a vontade de Deus o melhor que puder", acrescentou.
Neste sábado, a diocese de Tyler também informou em seu site a decisão do Vaticano de remover Strickland e afirmou que seu trabalho "continua".
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