Reféns israelenses foram trocados por prisioneiros palestinos durante a tréguaAFP

O Hamas está disposto a prolongar por mais quatro dias a trégua com Israel e a libertar mais reféns em troca de prisioneiros palestinos, anunciou nesta quarta-feira (29) uma fonte próxima ao movimento islamista, enquanto aumentam as pressões dos mediadores internacionais para conseguir um cessar-fogo duradouro no conflito.

A trégua entre Israel e Hamas entrou no sexto dia nesta quarta-feira, com a previsão de uma nova troca de reféns israelenses e presos palestinos.

Iniciada na sexta-feira (24) e com um prazo inicial de quatro dias, a trégua foi prorrogada por 48 horas, até quinta-feira às 7H00 locais (2H00 de Brasília), para permitir a troca de 20 reféns do Hamas por 60 prisioneiros palestinos, informou o governo do Catar, principal mediador da guerra.

A prorrogação permitiu a entrega na terça-feira à noite de 12 reféns que estavam sob poder do grupo islamista (10 israelenses e dois tailandeses) e de 30 presos palestinos, incluindo um adolescente de 14 anos.

A imprensa israelense informou que o governo já recebeu a lista dos reféns que serão liberados pelo Hamas nas próximas horas, mas nenhuma fonte oficial confirmou a notícia.

Na manhã desta quarta-feira, uma fonte próxima ao Hamas afirmou que o movimento islamista "concorda" em prologar a atual trégua por mais quatro dias.

"O Hamas informou aos mediadores que deseja estender a trégua por outros quatro dias e que, durante este período, está em condições de libertar prisioneiros israelenses que tem em seu poder em conjunto com outros movimentos da resistência e outras partes, nos mesmos termos da atual trégua", afirmou a fonte.

Até o momento, a trégua, que também foi negociada com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu a libertação de 60 reféns israelenses - assim como de 20 tailandeses, um filipino e um russo-israelense à margem do acordo.

Israel liberou 180 presos de suas penitenciárias, em uma proporção de três palestinos para cada refém israelense.
Guerra

As autoridades israelenses calculam que 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza durante o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis - o número também inclui mais de 300 militares.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, com bombardeios constantes e uma operação terrestre desde 27 de outubro, ações que deixaram 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o governo de Gaza controlado pelo movimento islamista.