Henry Kissinger era considerado um dos principais nomes da diplomacia dos EUA na era pós-Segunda Guerra MundialAFP
"O Dr. Henry Kissinger, um respeitado acadêmico e estadista americano, faleceu hoje em sua residência em Connecticut", declarou nesta quarta-feira à noite a Kissinger Associates em um comunicado.
Um diplomata tão ouvido quanto polêmico, este homem de voz rouca gostava de compartilhar suas ideias com jornalistas e em conferências internacionais. Fascinando suas plateias com sua longevidade e vasta experiência, ele era considerado um sábio por alguns e detestado por outros, que o viam como um criminoso de guerra.
Kissinger, que celebrou seu centenário em maio, manteve a atenção de personalidades mundiais muitas décadas depois de deixar suas responsabilidades nos assuntos internacionais. Por exemplo, em julho, ele viajou para Pequim para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.
Nobel da Paz
Com seus característicos óculos grandes, ele se tornou o rosto da diplomacia global quando o republicano Richard Nixon o chamou para a Casa Branca em 1969 como conselheiro de segurança nacional e, posteriormente, como secretário de Estado, cargos que ocupou de 1973 a 1975.
Kissinger continuou sendo um mestre da diplomacia até 1977, durante a presidência de Gerald Ford. Foi então que iniciou a distensão com a União Soviética e o degelo nas relações com a China de Mao Tsé-Tung, durante viagens secretas para organizar a histórica visita de Nixon a Pequim em 1972.
Também liderou, sempre em segredo e paralelamente aos bombardeios em Hanói, as negociações com Le Duc Tho para encerrar a Guerra do Vietnã.
A assinatura de um cessar-fogo lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz, compartilhado com o diplomata norte-vietnamita em 1973, um dos mais controversos da história do prêmio.
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