Gaza passou a ser atacada após atentados do Hamas em 7 de outubroMahmud Hams/AFP

Israel e Hamas acusaram-se mutuamente, nesta sexta-feira (1º), pelo fracasso nas negociações para prolongar a trégua e o atribuíram, em parte, a desacordos sobre a liberação de reféns em Gaza.
Os bombardeios na Faixa de Gaza, governada pelo movimento islamista Hamas, foram retomados nesta sexta depois que ambas as partes não conseguiram estender o cessar-fogo em vigor desde 24 de novembro.
A semana de trégua permitiu a troca de dezenas de reféns nas mãos do Hamas por presos palestinos em Israel e facilitou a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.
A guerra começou em 7 de outubro quando milicianos islamistas invadiram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas, em sua maioria civis, e sequestrando 240, segundo as autoridades israelenses.
Das 240 pessoas capturadas e levadas a Gaza, 137 permanecem no território palestino e 110 - israelenses e estrangeiros - foram liberados, segundo o governo israelense. Em troca, Israel liberou 240 prisioneiros palestinos.
Na quinta-feira, os beligerantes tentaram negociar uma nova prorrogação da trégua até o início da noite, mas fracassaram e, desde então, se acusam mutuamente. Ambos reconhecem que, entre outras questões, não entraram em acordo sobre a lista de reféns.
"Infelizmente, o Hamas decidiu pôr fim à trégua ao não liberar todas as mulheres sequestradas", afirmou o porta-voz do governo israelense, Eylon Levy.
Ainda há cerca de 20 adultas retidas, entre elas cinco militares que não estavam dentro do acordo de liberação de reféns, segundo Israel.
O Hamas, por sua vez, indicou em um comunicado ter "proposto uma troca de prisioneiros e pessoas de idade" e a entrega de corpos de reféns "que perderam a vida nos bombardeios" israelenses em Gaza. Segundo o Hamas, mais de 15.000 pessoas morreram na campanha israelense em Gaza desde 7 de outubro.
O grupo islamista afirma que propôs entregar os corpos de um bebê, seu irmão e sua mãe, mortos, segundo o movimento, nos bombardeios israelenses. A morte desses três membros da família Bibas não foi confirmada pelas autoridades israelenses.
O Hamas assegura que também ofereceu liberar o pai das crianças, mas que Israel, "que já havia tomado a decisão de retomar a agressão, não respondeu". Perguntado pela AFP, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu que não queria "abordar informações baseadas na propaganda do Hamas".