Ex-presidente norte-americano Donald TrumpAFP

Donald Trump pressionou as autoridades locais para que não certificassem os resultados eleitorais em Michigan (estado do norte dos Estados Unidos), segundo áudios divulgados na quinta-feira (21) pela imprensa, na denúncia mais recente contra o ex-presidente norte-americano por interferência eleitoral.
As gravações de conversas telefônicas reveladas pelo jornal "The Detroit News" revelam que Trump teria pressionado dois funcionários locais para que não assinassem a certificação dos resultados das eleições presidenciais de 2020 em seu condado.
A denúncia foi divulgada no momento em que Trump disputa a indicação para a candidatura presidencial do Partido Republicano nas eleições de 2024, apesar das várias acusações contra ele tanto na esfera estadual e federal em diversos processos.
Trump supostamente disse aos dois membros republicanos do conselho eleitoral do condado de Wayne que "temos que lutar pelo nosso país" e que "não podemos deixar que estas pessoas tirem nosso o país de nós".
A ligação aconteceu duas semanas após as eleições de 3 de novembro de 2020, quando Trump foi derrotado pelo presidente Joe Biden no estado do Michigan.
Durante a ligação, que teve a participação da presidente do Comitê Nacional Republicano, Ronna McDaniel, que é de Michigan. Em um momento da conversa, ela disse aos dois funcionários: "Não assinem. (...) Nós vamos conseguir advogados para vocês". Trump concordou e afirmou: "Nós vamos cuidar disso".
Quase 18% da população de Michigan mora no condado de Wayne, onde quase 878 mil votos foram registrados em 2020, segundo o jornal.
Trump, de 77 anos, será julgado em março por acusações federais de conspiração para tentar reverter a derrota nas eleições de 2020, vencidas pelo democrata Biden.
Ele enfrenta acusações similares na Geórgia (sul), onde teria pressionado o secretário de Estado local, Brad Raffensperger, a "encontrar" 11.780 votos, suficientes para reverter sua derrota no estado.
Steven Cheung, porta-voz da campanha de Trump, disse que as ações do ex-presidente eram parte de seus deveres para "garantir a integridade eleitoral". Trump insiste na falsa alegação de que as eleições de 2020 foram fraudadas a favor de Biden.