Itamar Ben Gvir, minista da Segurança Nacional de IsraelAbur Sultan / AFP
"Os Estados Unidos são o nosso melhor amigo, mas acima de tudo, faremos o que for melhor para o Estado de Israel. A emigração de centenas de milhares de pessoas de Gaza permitirá que os residentes (israelenses) voltem para suas casas (na periferia de Gaza) e vivam em segurança, além de proteger nossos soldados", escreveu Ben Gvir na rede social X em resposta às críticas norte-americanas.
Ben Gvir, líder do partido de extrema direita Força Judaica, já pediu na segunda-feira que os colonos judeus voltem para Gaza quando a guerra terminar e que se "estimule" a população palestina a emigrar. No dia anterior, o ministro das Finanças, também de extrema direita, Bezalel Smotrich, fez um apelo parecido.מעריך מאוד את ארצות הברית של אמריקה אבל עם כל הכבוד אנחנו לא עוד כוכב בדגל האמריקאי. ארצות הברית היא ידידתנו הטובה אך לפני הכל נעשה מה שטוב למדינת ישראל: הגירת מאות אלפים מעזה תאפשר לתושבי העוטף לחזור הביתה ולחיות בביטחון ותשמור על חיילי צה"ל.
— איתמר בן גביר (@itamarbengvir) January 2, 2024
A expulsão de uma população de seu território é proibida pelas Convenções de Genebra, que constituem o núcleo do Direito Internacional Humanitário, e os estatutos do Tribunal Penal Internacional (TPI) designam a "deportação ou transferência forçada de uma população" como um crime contra humanidade.
"Os Estados Unidos rejeitam as recentes declarações dos ministros israelenses Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, que propõe o reassentamento de palestinos fora de Gaza", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em um comunicado divulgado na terça-feira.
"Esta retórica é inflamatória e irresponsável", insistiu.
Smotrich, que dirige o partido Sionismo Religioso, voltou à carga nesta quarta-feira, afirmando, em declarações divulgadas pela imprensa, que "70% da opinião pública israelense apoia a emigração voluntária de árabes de Gaza e sua absorção por outros países".
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que reúne partidos de direita, extrema direita e legendas judaicas ultraortodoxas, já foi acusado de aumentar enormemente o poder dos colonos israelenses na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.