Itamar Ben Gvir, minista da Segurança Nacional de IsraelAbur Sultan / AFP

O ministro israelense da Segurança Nacional, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, voltou a defender, nesta quarta-feira, 3, um êxodo em massa de palestinos de Gaza, rejeitando as críticas americanas que qualificaram as declarações anteriores a esse respeito como "irresponsáveis".

"Os Estados Unidos são o nosso melhor amigo, mas acima de tudo, faremos o que for melhor para o Estado de Israel. A emigração de centenas de milhares de pessoas de Gaza permitirá que os residentes (israelenses) voltem para suas casas (na periferia de Gaza) e vivam em segurança, além de proteger nossos soldados", escreveu Ben Gvir na rede social X em resposta às críticas norte-americanas.
Ben Gvir, líder do partido de extrema direita Força Judaica, já pediu na segunda-feira que os colonos judeus voltem para Gaza quando a guerra terminar e que se "estimule" a população palestina a emigrar. No dia anterior, o ministro das Finanças, também de extrema direita, Bezalel Smotrich, fez um apelo parecido.

A expulsão de uma população de seu território é proibida pelas Convenções de Genebra, que constituem o núcleo do Direito Internacional Humanitário, e os estatutos do Tribunal Penal Internacional (TPI) designam a "deportação ou transferência forçada de uma população" como um crime contra humanidade.

"Os Estados Unidos rejeitam as recentes declarações dos ministros israelenses Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, que propõe o reassentamento de palestinos fora de Gaza", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em um comunicado divulgado na terça-feira.

"Esta retórica é inflamatória e irresponsável", insistiu.

Smotrich, que dirige o partido Sionismo Religioso, voltou à carga nesta quarta-feira, afirmando, em declarações divulgadas pela imprensa, que "70% da opinião pública israelense apoia a emigração voluntária de árabes de Gaza e sua absorção por outros países".

O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que reúne partidos de direita, extrema direita e legendas judaicas ultraortodoxas, já foi acusado de aumentar enormemente o poder dos colonos israelenses na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967.