Sul-coreanos assistem aos exercícios militares da Coreia do Norte perto da fronteira entre os paísesJung Yeon-je / AFP
A Coreia do Norte disparou bombas na sexta-feira e no sábado na mesma área, perto das ilhas de Yeonpyeong e Baengnyeong, ao sul da fronteira marítima entre os dois países.
"A Coreia do Norte conduz exercícios de fogo real na costa oeste. O exército norte-coreano está realizando exercícios ao norte da ilha sul-coreana de Yeonpyeong, na primeira linha de fogo, por volta das 16h00 (04h00 no horário de Brasília)", informou a agência Yonhap, citando uma fonte militar.
Nenhum projétil caiu no lado sul-coreano da Linha Limítrofe do Norte (LLN), que marca a fronteira marítima de fato no mar Amarelo, e nenhuma vítima foi relatada, disse a agência.
As autoridades locais das ilhas sul-coreanas no mar Amarelo disseram à AFP que recomendaram que a população ficasse em casa. "Ouvimos tiros vindos da Coreia do Norte", alerta a mensagem de texto enviada aos moradores.
"As tropas na ilha de Yeonpyeong estão respondendo, mas os moradores são aconselhados a ter cautela com atividades ao ar livre", disseram as autoridades.
A Coreia do Norte disparou centenas de projéteis na área na sexta-feira, um incidente que marcou uma das mais graves escaladas militares na península coreana desde 2010, quando Pyongyang bombardeou uma ilha sul-coreana.
As autoridades em Yeonpyeong e Baengnyeong evacuaram pessoas para abrigos na sexta-feira e suspenderam o serviço de balsas, e as tropas sul-coreanas responderam com exercícios de fogo real.
Operação para desorientar
"Os nossos militares não dispararam um único projétil na zona marítima", disse Kim Yo Jong à agência oficial de notícias KCNA, afirmando que se tratava de uma operação com o objetivo de desorientar.
Kim afirmou que os militares norte-coreanos detonaram explosivos simulando o som de tiros 60 vezes e que observaram "a reação" das forças sul-coreanas.
As relações entre as duas Coreias vivem um momento de tensão não visto há décadas, depois de o líder norte-coreano, Kim Jong Un, ter inscrito na Constituição a vocação do país como potência nuclear, e ter testado vários mísseis balísticos intercontinentais.
Em uma reunião política de final de ano, Kim alertou para um ataque nuclear vindo do Sul e apelou ao reforço do arsenal militar face a um conflito que afirmou poder "estourar a qualquer momento".
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