Ex-presidente panamenho Ricardo MartinelliAFP
Ex-presidente do Panamá pede asilo na embaixada da Nicarágua
Pedido acontece após Martinelli perder o último recurso para anular uma condenação de quase 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro
O ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli pediu asilo na embaixada da Nicarágua, após perder o último recurso para anular uma condenação de quase 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Martinelli "pediu Asilo na Embaixada da República da Nicarágua no Panamá por se considerar perseguido por razões políticas e se encontrar em risco", diz a nota, que acrescenta que o governo do presidente Daniel Ortega decidiu concedê-lo.
O ex-presidente de direita (2009-2014) havia iniciado, no sábado, sua campanha para as eleições presidenciais de 5 de maio, um dia depois de a Suprema Corte publicar a decisão rejeitando seu último recurso judicial para anular a condenação de prisão.
Depois da sentença da corte, o Tribunal Eleitoral deve formalizar seu afastamento da disputa eleitoral.
Martinelli, de 71 anos, foi condenado em julho passado a 128 meses de prisão e a pagar uma multa de 19 milhões de dólares por lavagem de dinheiro.
Esta sentença de primeira instância foi ratificada em outubro por uma corte de apelações, depois do que Martinelli apresentou um último recurso para tentar anular a decisão.
Desde então, o ex-presidente e dono de uma rede de supermercados apresentou sucessivos recursos, em uma tentativa aparente de adiar a decisão definitiva da Suprema Corte até depois das eleições, mas todos foram rejeitados.
Apesar de seus problemas judiciais, Martinelli é até agora muito popular no Panamá, segundo pesquisas de opinião. Outros candidatos às eleições de maio são o ex-presidente Martín Torrijos (2004-2009) e o atual vice-presidente José Gabriel Carrizo, ambos social-democratas.
Martinelli é líder do partido Realizando Metas (RM, iniciais de seu nome), cujo candidato é seu ex-ministro de Segurança Pública José Raúl Mulino.
Os dois eram candidatos da "Aliança para salvar o Panamá", formado pelo RM e pelo Partido Aliança, que se define como nacionalista e liberal.
Martinelli qualificou a decisão da Suprema Corte como uma "jogada selvagem e ilegal de última hora" para tirá-lo da corrida eleitoral.
Também pediu a seus seguidores que apoiem seu companheiro de chapa, José Raúl Mulino, se finalmente for inabilitado como candidato à Presidência pelo Tribunal Eleitoral.
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