Apoiadores do partido Jamaat-e-Islami protestam em meio a alegações de fraude AFP
"Uma vez que o povo do Paquistão depositou sua confiança na constituição, agora é a vez de todos os partidos políticos fazerem o mesmo, demonstrando maturidade política e unidade", afirmou Syed Asim Munir em um comunicado neste sábado, acrescentando que o país "precisa (...) romper com a política de anarquia e polarização".
Embora o ex-premiê tenha sido inabilitado e o seu partido, o Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), não tenha recebido autorização para concorrer ao pleito, os candidatos independentes que tiveram o seu apoio conquistaram pelo menos 100 assentos, de acordo com uma contagem deste sábado, o que demonstra a popularidade de Khan.
O PTI ficou à frente da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N) de Nawaz Sharif, favorita da votação, que obteve 71 deputados, e do Partido Popular do Paquistão (PPP) de Bilawal Bhutto Zardari, que ficou em terceiro com 54 assentos.
O PTI se declarou vencedor através de um vídeo antigo de seu líder preso, no qual a voz e a fala eram geradas por inteligência artificial.
Treze dos 266 assentos disputados nestas eleições, realizadas na quinta-feira (8), ainda deverão ser atribuídos.
Apesar do resultado, eleitores de Khan, consideram que o pleito foi fraudado. Os atrasos na contagem dos votos, bem como o corte dos serviços de telefonia e de internet pelas autoridades na quinta-feira também aumentaram as suspeitas de manipulação. A Comissão Eleitoral citou "problemas de internet" para explicar a lentidão do processo.
Alianças
A Assembleia Nacional do país tem 336 assentos, 70 dos quais são reservados para mulheres e minorias religiosas e são atribuídos proporcionalmente.
Os partidos menores conquistaram 27 cadeiras e poderiam ser absorvidos pelos independentes apoiados pelo PTI.
O PML-N e o PPP, tradicionalmente rivais, compartilharam a maior parte do poder com o Exército durante décadas. Em 2022, formaram um governo de coalizão e, embora tenham se distanciado durante a campanha eleitoral, podem agora repetir a experiência.
As eleições foram pontuadas por episódios de violência, tendo sido registados um total de 61 ataques, segundo o Ministério do Interior.
Na quinta-feira, 16 pessoas morreram nestes ataques e, um dia antes, duas explosões reivindicadas pelo Estado Islâmico deixaram 28 mortos.
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