Boris Pistorius, ministro da Defesa da AlemanhaTobias Schwarz / AFP
Alemanha atribui vazamento militar sobre a Ucrânia a 'erro individual'
Ministro da Defesa anunciou a abertura de uma investigação preliminar, mas especificou que no momento 'não se preveem consequências individuais'
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, atribuiu, nesta terça-feira (5), a um "erro individual" o vazamento de uma conversa entre oficiais militares de alta patente sobre entregas de armas à Ucrânia.
Os primeiros resultados da investigação sobre o vazamento mostraram que os "sistemas de comunicação do Exército alemão não estão e não estiveram comprometidos", garantiu o ministro em uma entrevista coletiva.
Pistorius explicou que um dos participantes, que se encontrava em Singapura, se juntou à videoconferência através de "uma conexão não autorizada", o que levou ao vazamento.
Na época, em Singapura, ocorria um salão aeronáutico, do qual também participavam altos comandantes de países europeus aliados, "pão bendito para os serviços secretos russos", segundo Pistorius.
Para o ministro, o acesso de espiões russos à conversa entre militares alemães, que ocorreu na plataforma comercial Webex, "foi fruto do acaso, no marco de escutas em grande escala".
Foi "um grave erro que não deveria ter ocorrido", acrescentou o ministro, mas garantiu que "a confiança" dos aliados na Alemanha se mantém "intacta".
Pistorius anunciou a abertura de uma investigação preliminar, mas especificou que no momento "não se preveem consequências individuais". "Não vou fazer o jogo do (presidente russo Vladimir) Putin sacrificando meus melhores oficiais", declarou.
A conversa confidencial entre oficiais do Exército alemão sobre a ajuda militar a Kiev vazou na sexta-feira na Rússia.
Nela se aborda a hipotética entrega à Ucrânia de mísseis Taurus, de fabricação alemã, apesar de o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, ter se pronunciado contra recentemente.
Os oficiais também falam de hipotéticos ataques com mísseis Taurus contra a ponte da Crimeia. Um dos oficiais disse que seriam necessários entre 10 e 20 mísseis para destruir a ponte. A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014.
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