Anne Hidalgo, prefeita de Paris, com a bandeira olímpicaGuillaume Bontemps/Ville de Paris

Investigadores realizaram uma operação de busca, nesta terça-feira (5), na Prefeitura de Paris em um caso relativo à controversa viagem da prefeita parisiense, Anne Hidalgo, ao Taiti em 2023, indicou uma fonte judicial, confirmando informações do jornal Le Monde.
A prefeita socialista não informou sobre esta viagem ao arquipélago francês no Pacífico e que será sub-anfitrião dos Jogos Olímpicos de Paris, de 26 de julho a 11 de agosto.
O Ministério Público Financeiro (PNF) iniciou em novembro uma investigação por desvio de verba pública, entre outros, após uma denúncia da associação "AC !! Anti-corruption" e de vários vereadores de Paris, especificou esta fonte.
A viagem de três semanas, entre outubro e novembro de 2023, aos territórios da Nova Caledônia e da Polinésia Francesa ocorreu em um âmbito profissional, mas também privado, razão pela qual foi alvo de duras críticas por parte da oposição de direita.
No Taiti, Hidalgo não visitou a sede das provas de surfe devido a "tensões locais" e "a pedido do presidente polinésio", Moetai Brotherson. A visita foi feita por outro membro do governo local de Paris, informou a Prefeitura parisiense posteriormente.
Hidalgo "saiu naquele dia de manhã cedo para se encontrar com a filha que vive na ilha de Raiatea", explicou o vereador para Esporte e Jogos Olímpicos, Pierre Rabadan.
Mas a prefeita pagou "integralmente" por esse "tempo privado" e também pagou sua passagem aérea de volta em 5 de novembro, disse a Prefeitura.
No entanto, dois membros da delegação "também prolongaram a sua estadia em um âmbito privado e obtiveram financiamento da Prefeitura de Paris para a viagem de ida e volta", disse Pierre Liscia, um político de direita da região parisiense.
Em uma resposta escrita à AFP, a Prefeitura indicou que "já apresentou voluntariamente os documentos justificativos relativos à viagem de uma delegação" a esses territórios franceses no oceano Pacífico.
O custo de transporte, hospedagem e alimentação dos seis membros da delegação chegou a 60 mil euros (65 mil dólares ou 321,5 mil reais na cotação atual), segundo a Prefeitura.