Gangues chegam a controlar ruas da capital haitianaRichard Pierrin/AFP
Na noite de sexta-feira (15), várias unidades da polícia realizaram uma operação no distrito de Bas Delmas com o objetivo de desbloquear uma via, afirmou Lionel Lazarre, coordenador do Sindicato Nacional da Polícia Haitiana (Synapoha). Vários "bandidos" morreram, disse.
Em um comunicado posterior, a polícia indicou que os agentes trocaram tiros com homens da gangue de Chérizier e que conseguiram apreender armas, além de desbloquear com sucesso as ruas.
"Novas estratégias estão sendo implementadas pela polícia visando recuperar certas áreas ocupadas nos últimos dias por essas gangues armadas, para facilitar o livre deslocamento dos cidadãos pacíficos", diz o comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Uma fonte da Autoridade Portuária Nacional também indicou à AFP que a polícia estava tentando recuperar o controle do principal porto da capital haitiana no sábado de manhã, diante de um novo ataque de criminosos que saquearam diversos contêineres.
A Caribbean Port Services S.A., que opera esse terminal marítimo de Porto Príncipe, havia anunciado em 7 de março a suspensão de suas atividades devido a "problemas de ordem pública", indicando que havia sido alvo de "atos maliciosos de sabotagem e vandalismo desde 1º de março.
Consulado da Guatemala saqueado
O chancelaria da Guatemala informou neste sábado que seu consulado honorário em Porto Príncipe foi saqueado, embora não tenha havido vítimas ou perda de documentos, pois a papelada oficial havia sido transferida para a República Dominicana devido à deterioração da segurança.
O cônsul honorário, de nacionalidade haitiana, não ficou ferido, disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores à AFP.
A Guatemala não possui embaixada ou consulado-geral em Porto Príncipe. Os assuntos diplomáticos são tratados por seu representante na República Dominicana, Javier Zepeda, que também atua como embaixador concomitante no Haiti, explicou a fonte.
As gangues controlam áreas inteiras do Haiti, incluindo 80% da capital, e são acusadas de homicídios, roubos, estupros e extorsões mediante sequestros.
Uma cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom) com representantes da ONU alcançou esta semana, na Jamaica, um acordo que prevê a formação de um conselho presidencial transitório como uma saída para a crise do país.
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