Carro utilizado pelos membros da World Central Kitchen após ser bombardeado por IsraelAFP
"Infelizmente, ontem (segunda-feira), aconteceu um incidente trágico. Nossas forças atingiram de forma não intencional inocentes na Faixa de Gaza", declarou no hospital em que passou por uma cirurgia de hérnia no domingo.
"Isto acontece em uma guerra (...) estamos em contato com os governos e faremos todo o possível para que não volte a acontecer", acrescentou Netanyahu.
As sete vítimas trabalhavam para a ONG World Central Kitchen, com sede nos Estados Unidos, que entrega ajuda alimentar à Faixa, utilizando um corredor marítimo entre o Chipre e Gaza.
A organização anunciou depois do ataque que interrompeu suas operações no território palestino, que enfrenta uma guerra devastadora há quase seis meses.
As vítimas são procedentes da "Austrália, Polônia, Reino Unido, uma com dupla cidadania dos Estados Unidos e Canadá, e Palestina", afirmou o WCK.World Central Kitchen is devastated to confirm seven members of our team have been killed in an IDF strike in Gaza. Read our full statement on the loss of our team members here: https://t.co/gsijamzfMU pic.twitter.com/PtQCxX5XrW
— World Central Kitchen (@WCKitchen) April 2, 2024
O porta-voz do Exército israelense, o contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que conversou com o famoso chef fundador do WCK, José Andrés, para expressar suas "mais profundas condolências".
Ele acrescentou que a investigação será realizada pelo Mecanismo de Avaliação e Investigação do Exército israelense e que as descobertas serão compartilhadas "de forma transparente".
O comandante do Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi, "revisará pessoalmente os resultados da investigação inicial esta noite", afirmou o porta-voz.
Na Faixa de Gaza, Israel anunciou a retirada de suas tropas do hospital Al Shifa após duas semanas de operação, que terminou com quase 200 combatentes palestinos mortos.
Um porta-voz da Agência de Defesa Civil de Gaza, administrada pelo Hamas, reportou 300 mortos durante a operação israelense. Imagens registradas por um jornalista da AFP após a retirada israelense mostra o hospital reduzido a um campo de escombros e ruínas.
As operações militares prosseguiram nas áreas dos hospitais Nasser e Al Amal, em Khan Yunis, no sul, segundo o Hamas.
A guerra em Gaza começou em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense, quando 1.160 pessoas foram assassinadas, segundo um balanço baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses. Entre os mortos estavam mais de 300 militares.
Os comandos islamistas também sequestraram mais de 250 pessoas e 130 permanecem retidas em Gaza, incluindo 34 que teriam sido mortas, segundo Israel.
Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma campanha militar contra o território, que deixou até agora 32.916 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde do Hamas.
Hamas pede 'desculpas'
Um dirigente do Hamas questionou a possibilidade de avanços nas negociações devido às grandes divergências entre os dois lados.
Na segunda-feira, o grupo islamista pediu "desculpas" pela primeira vez à população de Gaza pelas dificuldades provocadas pelo conflito, mas reiterou sua vontade de prosseguir com a luta para alcançar "a vitória e a liberdade" dos palestinos.
O objetivo de um cessar-fogo é permitir a libertação de reféns israelenses e a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.
Também pretende evitar uma operação terrestre israelense na cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, onde 1,5 milhão de pessoas vivem aglomeradas.
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