Israel bombardeia Gaza desde os ataques do Hamas em 7 de outubroAFP
Depois que o Exército anunciou sua retirada de Khan Yunis, alegando ter desmantelado a capacidade operacional do Hamas, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que as tropas estão se preparando para suas "próximas missões", incluindo Rafah.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou sua determinação de eliminar o Hamas de "toda a Faixa de Gaza, incluindo Rafah".
A comunidade internacional expressou preocupação com a invasão israelense de Rafah, uma cidade ao sul de Gaza onde cerca de 1,5 milhão de palestinos, muitos deles deslocados pelos combates, sobrevivem em condições precárias.
Os EUA, principal aliado de Israel, alertaram que desaprovam uma possível ofensiva no local devido ao risco para os civis.
Netanyahu insistiu que não haverá um cessar-fogo até o Hamas liberar todos os reféns, no momento em que negociações para uma trégua devem ser retomadas no Cairo.
Na madrugada deste domingo, no entanto, as forças de segurança israelenses bombardearam o leste do Líbano, local com forte presença do Hezbollah, informou uma fonte próxima deste movimento pró-Irã, embora a Defesa Civil não tenha reportado vítimas.
"Israel está pronto para um acordo, Israel não está pronto para se render", disse ele ao seu gabinete durante um discurso para marcar os seis meses de uma guerra que deixou a Faixa de Gaza em ruínas e deixou a maioria de seus 2,4 milhões de habitantes à beira da fome, de acordo com a ONU.
Após o anúncio de que o Exército israelense "concluiu sua missão em Khan Yunis", o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse à ABC que, em vez de uma mudança para uma nova operação, a decisão israelense provavelmente tinha a intenção de permitir que suas tropas "descansassem e se reequipassem".
Por sua vez, o Exército israelense disse neste domingo que havia concluído uma "nova fase" de preparação para o caso de uma "guerra" na fronteira com o Líbano, onde os combates com o Hezbollah estão se intensificando.
'Há crianças que morrem de fome'
A guerra começou em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel e matou 1.170 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Os combatentes palestinos também capturaram 250 pessoas, das quais 129 ainda estão presas em Gaza, incluindo 34 que se acredita terem sido mortas, de acordo com autoridades israelenses.
A ofensiva aérea e terrestre lançada por Israel em resposta deixou 33.175 pessoas mortas em Gaza, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do território, que é governado pelo Hamas desde 2007.
Após o anúncio do Exército israelense de sua retirada de Khan Yunis, dezenas de refugiados palestinos em Rafah iniciaram sua viagem de retorno a pé, de carro ou em carroças, segundo imagens da AFP.
Israel também impôs um cerco "completo" ao território, impedindo a entrada de água, combustível e alimentos.
No final de novembro, uma primeira trégua permitiu a entrada de ajuda em Gaza e a troca de uma centena de reféns por prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses.
Mas a ajuda, que chega aos poucos e requer a aprovação de Israel, não é suficiente.
"O mundo inteiro deveria se envergonhar. As crianças estão morrendo de fome", lamentou Labad, uma mãe de quatro filhos que perdeu sua casa em Jabaliya. "Meu filho de oito anos me pede comida, mas eu não tenho nada", disse ela à AFP.
Neste domingo, várias agências da ONU e organizações humanitárias descreveram a situação em Gaza como "além de catastrófica" e a diretora da UNICEF, Catherine Russel, alertou que "a fome é iminente".
Nova rodada de negociações
O anúncio dos militares israelenses foi feito antes do início das negociações de trégua programadas para este domingo no Cairo.
O diretor da CIA dos EUA, Bill Burns, e o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman bin Al Thani, se reunirão com mediadores egípcios para conversações indiretas entre as delegações de Israel e do Hamas, de acordo com a mídia egípcia Al Qahera News.
O movimento islamista palestino Hamas lembrou que suas exigências incluem um cessar-fogo total em Gaza, a retirada das forças israelenses e o retorno das pessoas deslocadas.
Na quinta-feira, o presidente americano, Joe Biden, exigiu que Netanyahu chegasse a um acordo para um cessar-fogo e também sugeriu, pela primeira vez, condicionar a ajuda dos EUA a Israel a uma redução nas mortes de civis e a uma maior entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Os diálogos entre as duas autoridades ocorreram após Israel ter anunciado a demissão de dois oficiais responsáveis pela morte de sete trabalhadores humanitários, na sua maioria estrangeiros, no ataque contra um comboio da ONG World Central Kitchen (WCK) na Faixa de Gaza.
Netanyahu está sob crescente pressão interna para libertar os reféns. Milhares de israelenses protestaram neste domingo em Jerusalém para o retorno dos sequestrados.
O Exército israelense afirmou que as tropas se retiraram, neste domingo (7), de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, para se "preparar" para uma operação militar em Rafah, ao completar seis meses de uma guerra devastadora contra o movimento palestino Hamas.
Depois que o Exército anunciou sua retirada de Khan Yunis, alegando ter desmantelado a capacidade operacional do Hamas, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que as tropas estão se preparando para suas "próximas missões", incluindo Rafah.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou sua determinação de eliminar o Hamas de "toda a Faixa de Gaza, incluindo Rafah".
A comunidade internacional expressou preocupação com a invasão israelense de Rafah, uma cidade ao sul de Gaza onde cerca de 1,5 milhão de palestinos, muitos deles deslocados pelos combates, sobrevivem em condições precárias.
Os EUA, principal aliado de Israel, alertaram que desaprovam uma possível ofensiva no local devido ao risco para os civis.
Netanyahu insistiu que não haverá um cessar-fogo até o Hamas liberar todos os reféns, no momento em que negociações para uma trégua devem ser retomadas no Cairo.
Na madrugada deste domingo, no entanto, as forças de segurança israelenses bombardearam o leste do Líbano, local com forte presença do Hezbollah, informou uma fonte próxima deste movimento pró-Irã, embora a Defesa Civil não tenha reportado vítimas.
"Israel está pronto para um acordo, Israel não está pronto para se render", disse ele ao seu gabinete durante um discurso para marcar os seis meses de uma guerra que deixou a Faixa de Gaza em ruínas e deixou a maioria de seus 2,4 milhões de habitantes à beira da fome, de acordo com a ONU.
Após o anúncio de que o Exército israelense "concluiu sua missão em Khan Yunis", o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse à ABC que, em vez de uma mudança para uma nova operação, a decisão israelense provavelmente tinha a intenção de permitir que suas tropas "descansassem e se reequipassem".
Por sua vez, o Exército israelense disse neste domingo que havia concluído uma "nova fase" de preparação para o caso de uma "guerra" na fronteira com o Líbano, onde os combates com o Hezbollah estão se intensificando.
'Há crianças que morrem de fome'
A guerra começou em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel e matou 1.170 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Os combatentes palestinos também capturaram 250 pessoas, das quais 129 ainda estão presas em Gaza, incluindo 34 que se acredita terem sido mortas, de acordo com autoridades israelenses.
A ofensiva aérea e terrestre lançada por Israel em resposta deixou 33.175 pessoas mortas em Gaza, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do território, que é governado pelo Hamas desde 2007.
Após o anúncio do Exército israelense de sua retirada de Khan Yunis, dezenas de refugiados palestinos em Rafah iniciaram sua viagem de retorno a pé, de carro ou em carroças, segundo imagens da AFP.
Israel também impôs um cerco "completo" ao território, impedindo a entrada de água, combustível e alimentos.
No final de novembro, uma primeira trégua permitiu a entrada de ajuda em Gaza e a troca de uma centena de reféns por prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses.
Mas a ajuda, que chega aos poucos e requer a aprovação de Israel, não é suficiente.
"O mundo inteiro deveria se envergonhar. As crianças estão morrendo de fome", lamentou Labad, uma mãe de quatro filhos que perdeu sua casa em Jabaliya. "Meu filho de oito anos me pede comida, mas eu não tenho nada", disse ela à AFP.
Neste domingo, várias agências da ONU e organizações humanitárias descreveram a situação em Gaza como "além de catastrófica" e a diretora da UNICEF, Catherine Russel, alertou que "a fome é iminente".
Nova rodada de negociações
O anúncio dos militares israelenses foi feito antes do início das negociações de trégua programadas para este domingo no Cairo.
O diretor da CIA dos EUA, Bill Burns, e o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman bin Al Thani, se reunirão com mediadores egípcios para conversações indiretas entre as delegações de Israel e do Hamas, de acordo com a mídia egípcia Al Qahera News.
O movimento islamista palestino Hamas lembrou que suas exigências incluem um cessar-fogo total em Gaza, a retirada das forças israelenses e o retorno das pessoas deslocadas.
Na quinta-feira, o presidente americano, Joe Biden, exigiu que Netanyahu chegasse a um acordo para um cessar-fogo e também sugeriu, pela primeira vez, condicionar a ajuda dos EUA a Israel a uma redução nas mortes de civis e a uma maior entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Os diálogos entre as duas autoridades ocorreram após Israel ter anunciado a demissão de dois oficiais responsáveis pela morte de sete trabalhadores humanitários, na sua maioria estrangeiros, no ataque contra um comboio da ONG World Central Kitchen (WCK) na Faixa de Gaza.
Netanyahu está sob crescente pressão interna para libertar os reféns. Milhares de israelenses protestaram neste domingo em Jerusalém para o retorno dos sequestrados.
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