Aumento do calor gera preocupação com o futuroDivulgação
O observatório Copernicus, financiado pela União Europeia, divulgou um novo sinal de alerta após um ano marcado por fenômenos climáticos extremos e pelo aumento das emissões de gases do efeito estufa, cenário que provocou apelos por uma ação mais rápida contra o aquecimento global.
Limite de 1,5ºC
O mais alarmante, no entanto, é a tendência geral, destacou Samantha Burgess, vice-diretora do C3S. Grandes áreas do planeta enfrentaram em março temperaturas superiores à média, da África até a Groenlândia, passando pela América do Sul e Antártica.
Mas este não foi apenas o 10º mês consecutivo que superou o próprio recorde de calor: também coroou o período de 12 meses mais quente da história: 1,58ºC acima das médias do período pré-industrial.
Isto não significa que o limite de aquecimento de 1,5ºC estabelecido pelos líderes mundiais na Cúpula do Clima de Paris em 2015, que é medido em décadas e não em anos, tenha sido superado. Porém, "estamos extraordinariamente perto, e já na prorrogação", disse Burgess à AFP.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU advertiu que provavelmente o mundo vai superar o limite de 1,5ºC no início da década de 2030.
Futuro
Os recordes superam as previsões? A questão é tema de debate entre os climatologistas após um ano de 2023 extraordinário, o ano mais quente já registrado.
Este calor extra "pode ser explicado em grande parte, mas não totalmente", resumiu Burgess. "2023 está dentro do intervalo previsto pelos modelos climáticos, mas realmente no limite superior", longe da média, explica, com preocupação.
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