Países mantêm fortes relações diplomáticasAFP

A China afirmou nesta quarta-feira (10) que não aceitará "críticas ou pressões" por suas relações com a Rússia, depois que o governo dos Estados Unidos alertou que responsabilizará Pequim caso Moscou registre avanços na Ucrânia.

"China e Rússia têm o direito de manter uma cooperação normal, econômica e comercial", disse a porta-voz da diplomacia, Mao Ning. "Neste tipo de cooperação, não deveria haver interferências (...) A China também não aceitará críticas ou pressões", acrescentou.

O governo dos Estados Unidos ameaçou em várias ocasiões adotar sanções se a China aprovar medidas mais substanciais para apoiar a Rússia.

O subsecretário de Estado americano, Kurt Campbell, afirmou na terça-feira (9) que os avanços territoriais da Rússia na Ucrânia poderiam "alterar o equilíbrio de poder na Europa de maneiras que são, francamente, inaceitáveis".

"Falamos diretamente à China que, se isto continuar, terá um impacto na relação entre Estados Unidos e China. Não vamos ficar sentados e afirmar que está tudo bem", disse Campbell.

Pequim pede o respeito à integridade territorial de todos os Estados, incluindo a Ucrânia, mas nunca condenou publicamente Moscou por sua operação militar.

Nesta quarta-feira, a porta-voz da diplomacia disse que a China "sempre desempenhou um papel construtivo" na busca de uma solução para a guerra na Ucrânia.

"Se um país está realmente preocupado com a paz na Ucrânia e espera um fim rápido da crise, deve primeiro refletir sobre as causas profundas da crise", disse Mao Ning.
Reunião
O líder chinês Xi Jinping reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, nesta terça-feira (9), em um sinal de apoio mútuo e oposição compartilhada às democracias ocidentais em meio à invasão da Ucrânia por Moscou.
"Gostaríamos de expressar o nosso maior apreço e admiração pelos sucessos alcançados ao longo dos anos e, acima de tudo, durante a última década sob a sua liderança", disse Lavrov a Xi, segundo a mídia russa.