Líder do Hamas, Ismail HaniyehAnwar Amro/AFP

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse nesta quarta-feira (10) que três de seus filhos e vários de seus netos morreram em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza.
O líder do movimento islamista palestino, radicado no Catar, confirmou à rede Al Jazeera o "martírio" dos seus "três filhos" e de alguns dos seus "netos".

Segundo a rede catari, um drone atingiu o veículo da família no acampamento de refugiados de Al Shati, no norte do estreito território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.

Em um hospital em Doha, onde foi informado do bombardeio, Haniyeh contou à Al Jazeera que quase "60 membros" de sua família foram "martirizados", incluindo seus netos, os filhos de seu irmão, de sua irmã e seus primos.

A máxima autoridade do Hamas afirmou que, ao atacar familiares de líderes do grupo, "a ocupação" israelense busca romper com a "determinação do nosso povo".

Segundo Haniyeh, no entanto, as ações israelenses não conseguirão forçar a mão do Hamas nas negociações para alcançar uma trégua e a libertação de reféns.

"Todo o nosso povo e todas as famílias de Gaza pagaram um preço alto em sangue e eu sou um deles", acrescentou.

O bombardeio ocorre em um momento em que não parece haver progressos nas negociações para um cessar-fogo, lideradas por Estados Unidos, Egito e Catar.
A guerra
O confronto foi desencadeada pelo ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro, que deixou 1.170 mortos, em sua maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses.

Além disso, mais de 250 pessoas foram sequestradas. Cerca de 129 continuam detidas em Gaza, das quais 34 teriam morrido, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que deixou mais de 33.400 mortos em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino.
Os grupos negociam, com intermediação do Catar, Egito e EUA, a possibilidade de um cessar-fogo na guerra.