Prisioneiros foram levados para um hospital em GazaAFP

Israel libertou, nesta segunda-feira (15), 150 prisioneiros palestinos capturados durante a sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, anunciou a autoridade que controla as passagens fronteiriças no estreito território, acrescentando que os detidos sofreram maus-tratos.
Soldados israelenses detiveram dezenas de habitantes de Gaza durante a sua operação militar contra o movimento islamista palestino Hamas em Gaza.
A ofensiva israelense começou em 7 de outubro, em resposta a um ataque sangrento do Hamas no sul de Israel. O grupo islamista governa Gaza desde 2007. Alguns habitantes de Gaza foram detidos sem acusação e outros foram libertados pouco depois da sua detenção.
"É claro que estes prisioneiros sofreram maus-tratos graves, porque alguns deles foram levados para o hospital Abu Yusef al Najjar para serem tratados lá", disse Hisham Adwan, porta-voz da autoridade que controla as passagens fronteiriças em Gaza.
O Exército israelense não comentou a libertação destes detidos, mas afirmou que era "absolutamente proibido" maltratar prisioneiros.
O grupo de prisioneiros libertado nesta segunda-feira foi transferido para Gaza através da passagem de Kerem Shalom, no sul, indicaram a autoridade responsável pelas travessias e um jornalista da AFP.
Quando chegaram ao território palestino, foram tratados no hospital de Rafah, no sul, indicaram as mesmas fontes. Um dos prisioneiros libertados alegou que ele e um amigo haviam sido espancados e torturados durante a sua detenção.
"Fiquei de joelhos [por quase dois meses] das cinco da manhã às dez da noite, com os olhos vendados e as mãos amarradas", declarou esse homem. A AFP não divulga seu nome por razões de segurança.
"O Exército soltou cachorros para nos atacar", acrescentou. "Eles nos espancaram e nos torturaram", repetiu.
A autoridade que controla os pontos de entrada em Gaza afirmou no mês passado que 56 presos palestinos libertados das prisões israelenses "apresentavam sinais de tortura". Naquela época, o Exército israelense garantiu que os detidos seriam "tratados de acordo com o direito internacional".
O chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) alertou, no mês passado, que muitos dos detidos voltaram "completamente traumatizados" a Gaza e relataram "uma vasta gama de maus-tratos", incluindo ameaças de eletrochoques, privação de sono e ameaças com cães.