Donald TrumpAFP
Mais cedo, dois dos sete jurados selecionados anteriormente foram dispensados. Uma expressou preocupação que a sua identidade pudesse vir a público. O outro foi excluído após questionamentos dos procuradores sobre a veracidade das suas respostas aos questionamentos do tribunal.
O "retrocesso" pareceu expor as dificuldades de encontrar 12 jurados e seis suplentes capazes de decidir com imparcialidade sobre uma figura tão polarizadora como Donald Trump, o primeiro ex-presidente americano a encarar o banco dos réus. E isso na cidade de Nova York, o reduto democrata onde ele construiu o seu império empresarial e virou celebridade antes de entrar na política pelo Partido Republicano.
Uma das candidatas ilustrou essa complexidade ao dizer que tinha sentimentos conflitantes entre o Trump magnata e o político. "Eu nasci e cresci no Brooklyn e em Nova York e de certa forma passei a minha vida toda sabendo sobre Donald Trump", disse. Ela contou que já o viu comprando roupas de bebê com a ex-mulher Marla Maples anos atrás e que uma de suas primas mora na Trump Tower.
No entanto, ela disse, "o que sinto sobre ele enquanto presidente é diferente. Por isso, tenho sentimentos contraditórios".
Mas os questionamentos avançaram rapidamente e, no fim da tarde desta quinta-feira, 18. Levou cerca de meia hora entre os dois jurados dispensados serem substituídos e o juiz Juan Merchan decretar no fim da tarde: "Temos o nosso júri".
Donald Trump responde a 34 acusações envolvendo a falsificação de documentos contáveis do seu império empresarial, a Trump Organization, supostamente para esconder os pagamentos feitos a Stormy Daniels com objetivo de esconder um caso antes das eleições de 2016. O ex-presidente nega.
O depósito de US$ 130 mil foi adiantado por Michael Cohen, na época, advogado e homem de confiança de Trump, condenado em 2018 Ao longo do julgamento, a acusação precisará demonstrar que o magnata sabia dos pagamentos e Cohen deve ser uma das principais testemunhas.
Esta é uma das muitas frentes jurídicas abertas contra Trump, que afirma ser vítima de "uma caça às bruxas". O candidato republicano também é acusado por tentar reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020 e pelos documentos confidenciais encontrados na mansão de Mar-a-Lago, Flórida.
Até aqui, o ex-presidente e seus advogados têm tido sucesso na estratégia de empurrar ao máximo a conclusão dos processos. No caso dos documentos, o julgamento está marcado para 20 de maio, mas o cronograma é incerto. As duas ações envolvendo as eleições (uma do Departamento de Justiça e outra em tramitação no Estado da Georgia) seguem sem data marcada.
Apesar dos problemas com a Justiça, Trump derrotou com facilidade os rivais republicanos nas primárias e avança para o que promete ser um embate acirrado contra o democrata Joe Biden nas eleições de novembro. No agregador de pesquisas da revista The Economist, o ex-presidente aparece com 44% das intenções de voto, empatado com o atual chefe da Casa Branca.
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