Presidente do Equador, Daniel NoboaPresidência do Equador / AFP
As perguntas, às quais os equatorianos respondem "Sim" ou "Não", procuram dar maior protagonismo às Forças Armadas no combate ao narcotráfico, que transformou o país em um centro estratégico de suas operações e desencadeou uma onda de violência.
Referendo
Atualmente, a Constituição determina que os militares são responsáveis pela defesa da soberania, enquanto a manutenção da ordem pública é de responsabilidade da polícia.
- Permitir a extradição
A Constituição determina que, em nenhum caso, será concedida a extradição de cidadãos equatorianos. A emenda constitucional proposta se refere a crimes de terrorismo e contra a humanidade, com a condição de não se aplicar a pena de morte no país de destino.
- Criar juizados especializados em matéria constitucional
Caso a medida seja aprovada, juízes especializados serão instalados em todo o país e decidirão exclusivamente em suas próprias jurisdições. No Equador, houve casos em que políticos e criminosos foram beneficiados por medidas de amparo concedidas por juízes de locais que não correspondiam aos processos.
- Reconhecer a arbitragem internacional para solucionar conflitos comerciais e em investimentos
No governo do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), o Equador encerrou os tratados bilaterais de investimento e se retirou de órgãos de arbitragem, como o Ciadi.
- Estabelecer o contrato de trabalho a prazo fixo e por horas
O governo de Correa eliminou o trabalho por horas, considerando que ele precarizava as condições de trabalho. A iniciativa de Noboa para promover o emprego é rejeitada por setores sindicais e indígenas.
Consulta popular
As prisões, onde autoridades encontraram armas mais sofisticadas que as da própria força pública, são palco de massacres entre prisioneiros membros de grupos do narcotráfico que disputam o poder.
- Aumento das penas para dez crimes, como terrorismo e narcotráfico
Noboa, em guerra contra o narcotráfico, definiu cerca de 20 grupos como "terroristas". Esse crime é punido com até 13 anos de prisão.
- Eliminação das reduções de penas para condenados por crimes como terrorismo
- Que as forças de segurança possam fazer uso imediato das armas apreendidas
- Tipificar o crime de posse ou porte de armas de uso exclusivo de militares e policiais
- Simplificar o procedimento da lei de Extinção de Domínio, para que o Estado se torne titular dos bens de origem ilícita ou injustificada apreendidos
Se o "Sim" vencer no referendo, as emendas constitucionais entrarão em vigor assim que os resultados forem publicados no Diário Oficial. No caso da consulta popular, as propostas terão que ser debatidas e aprovadas pela Assembleia Nacional unicameral, onde a oposição é maioria, mas está dispersa.
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