Harvey Weinstein está preso em Nova York Reprodução
Estes são os momentos-chave do caso:
O jornal revelou que Weinstein chegou a acordos financeiros com pelo menos oito mulheres para que guardassem silêncio sobre os abusos.
A diretoria da produtora de cinema Weinstein Company, controlada pelo magnata com seu irmão Bob, se vê forçada a despedi-lo dias depois.
A atriz e diretora de cinema italiana Asia Argento conta, pouco depois, à revista The New Yorker que Weinstein a estuprou em 1997. Outras duas mulheres também o acusam de agressão sexual.
As atrizes Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie e Rosanna Arquette se unem à lista de mulheres que denunciam Weinstein por assédio.
A direção da Motion Picture Academy of Arts and Sciences, a instituição que concede o Oscar, vota para expulsar Weinstein, cujos filmes ganharam mais de 80 estatuetas.
Na medida em que as semanas vão passando, mais e mais mulheres se animam a contar em público que foram abusadas por Weinstein, tanto nas redes sociais quanto diante das câmeras de televisão.
2018: Weinstein é indiciado
Weinstein comparece perante um juiz e uma corte de Manhattan, depois de se entregar à polícia, seguido por um enxame de jornalistas e fotógrafos.
Seu advogado à época, Ben Brafman, negocia uma fiança de um milhão de dólares (pouco mais de R$ 5 milhões, na cotação atual).
A Promotoria acrescenta depois novas acusações por um ato sexual "forçado" em julho de 2006 contra outra mulher, a assistente de produção Mimi Haleyi.
2019: Novo depoimento
Sciorra afirma que Weinstein a estuprou no inverno boreal de 1993-94. O crime já havia prescrito, mas os promotores esperam que seu relato ajude a convencer os jurados de que Weinstein é um predador sexual.
Weinstein alcança um acordo de 25 milhões de dólares (cerca de R$ 130 milhões, na cotação atual) com mais de 30 atrizes que o acusam de assédio e abusos sexuais, em um processo coletivo na justiça civil não vinculado a seu julgamento penal.
Com esse acordo, Weinstein não tem que admitir nenhuma culpabilidade.
2020: Culpado
O veredicto é alcançado depois de quase um mês de julgamento no qual essas duas mulheres e outras quatro testemunhas contaram, com riqueza de detalhes, como foram humilhadas, atacadas e estupradas por Weinstein.
O movimento #TimesUp prevê o que seria "uma nova era de justiça" para as sobreviventes de agressão sexual, enquanto o promotor de Manhattan, Cyrus Vance, assegura que "um novo dia" alvorecia para o sistema judicial americano.
Em 11 de março, Weinstein foi sentenciado a 23 anos de prisão pelo juiz James Burke, quase o máximo previsto (29 anos).
2022: Julgamento em Los Angeles
Em um julgamento que durou semanas, os promotores pintam o retrato de um ogro predador, que durante anos exerceu um "reinado de terror", utilizando seu tamanho físico e sua habilidade profissional para estuprar e abusar das mulheres em Hollywood.
Segundo os promotores, suas vítimas estavam aterrorizadas e temiam por suas carreiras se denunciassem um homem que dominava a indústria.
Weinstein é absolvido de outra acusação e o julgamento de outras três é declarado nulo. O ex-produtor promete recorrer dos veredictos de culpabilidade.
Sua vítima no caso diz que espera que Weinstein "nunca veja o lado de fora de uma cela de prisão em sua vida".
Dois meses depois, o magnate do cinema é condenado a 16 anos de prisão, que um juiz determina o cumprimento após sua condenação em Nova York.
2024: Anulação da condenação em Nova York
O Tribunal de Apelações menciona erros na forma em que foi conduzido o julgamento, incluída a admissão do testemunho de mulheres que não faziam parte das acusações que lhe foram imputadas.
"Ordem revogada e novo julgamento", diz a decisão, que acrescenta que "as alegações de maus atos anteriores não podem ser admitidas contra [os acusados] com o único propósito de estabelecer sua propensão à criminalidade".
Um grupo de vítimas classificou a anulação da condenação do ex-produtor de cinema de "profundamente injusta" e anunciou que seguirá "lutando por justiça para as sobreviventes de todo o mundo".
Os próximos passos para Weinstein, atualmente recluso no centro penitenciário de Mohawk, em Rome (Nova York), ainda não estão claros.
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