Nicolas Maduro, atual presidente da VenezuelaGabriela Oraa / AFP

Caracas - Uma manifestação convocada por uma central sindical crítica do governo de Nicolás Maduro pelo Dia do Trabalhador esteve marcada, nesta quarta-feira (1º), por brigas com simpatizantes do chavismo governante em motocicletas.
"Isso não poderia ser permitido [...], como é possível que grupos armados cometam agressões a trabalhadores? Nós viemos reivindicar um salário digno", disse aos jornalistas o dirigente sindical Mauro Zambrano durante a mobilização em Caracas.
A ONG de defesa dos direitos humanos rovea questionou que policiais e militares que haviam isolado a região para onde se dirigia a marcha, na Praça Venezuela, no centro da cidade, "não agiram para impedir a agressão".
Durante o incidente, uma fotojornalista foi agredida por indivíduos em motocicletas, que a atingiram com seus capacetes e roubaram sua câmera.
A manifestação foi convocada pela Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) e outras organizações sindicais, para exigir um salário-mínimo de pelo menos 200 dólares (por volta de R$ 1.000), 57 vezes mais que os atuais 3,50 (R$ 18).
O salário-mínimo - congelado há dois anos - é complementado por um bônus de alimentação ou outras benefícios extra que levam a renda básica mensal para cerca de 100 dólares (R$ 517). O custo da cesta básica ultrapassa os US$ 500 (R$ 2.585).
As associações sindicais também criticam essa política de bonificações.
"Queremos um salário digno, com o qual possamos cobrir nossas necessidades, porque estamos cansados de caminhar pelas ruas de Caracas e não sermos ouvidos", disse à AFP Rosa González, uma aposentada que participou da mobilização.
O chavismo governante também convocou uma manifestação no centro de Caracas, com o palácio presidencial de Miraflores como ponto de destino. O presidente Nicolás Maduro busca a reeleição nas eleições previstas para julho.