Jovens apoiadores do presidente venezuelano Nicolás MaduroAFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, liderou uma marcha estudantil nesta sexta-feira (17), convocada por seu partido, um dia após nomear a equipe de campanha que tentará reelegê-lo em julho.
Milhares de pessoas saíram em passeata contra o recrudescimento das sanções americanas ao país caribenho, em meio a questionamentos sobre as condições das eleições presidenciais.
Sob forte proteção, Maduro se uniu à manifestação na sede da vice-presidência e caminhou cerca de dois quarteirões até o palácio presidencial de Miraflores. "Gosto muito de marchar", disse o presidente, em discurso posterior transmitido pela TV. "As passeatas são uma festa de fulgor, paixão e patriotismo, por isso a esperança está na rua", acrescentou.
Maduro busca um terceiro mandato que o manterá por 18 anos no poder. A campanha teve início há meses, quando Maduro começou a viajar pelo país e fazer aparições públicas, as quais foram uma exceção por anos.
"Sou contra o bloqueio que sofre meu país, que é independente e soberano", disse à AFP Rosa Hernández, de 29 anos, funcionária pública, que participou da manifestação no centro de Caracas. Outras passeatas contra as sanções ocorreram em outros estados.
Washington flexibilizou no ano passado o embargo ao petróleo, gás e ouro venezuelanos, depois que delegados do governo de Maduro e a oposição definiram um caminho até as eleições presidenciais. Mas, depois que a sanção contra a opositora María Corina Machado foi ratificada e do veto à sua substituta, Corina Yoris, o governo americano decidiu não prorrogar uma licença que autorizava operações com a estatal do petróleo PDVSA, que vencia no mês passado.
A coalizão Plataforma Unitária acabou optando pelo diplomata Edmundo González Urrutia, cuja candidatura foi ratificada por todos os partidos da aliança opositora.