Segundo Israel, operações em Rafah seguem o direito internacionalAFP

Israel afirmou, nesta sexta-feira (24), que suas operações militares em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, não supõem nenhum "risco de destruição da população civil palestina", após a mais alta instância judicial da ONU determinar seu fim.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que Israel deve "interromper imediatamente sua ofensiva militar e quaisquer outras ações na cidade de Rafah que imponham aos palestinos de Gaza condições de vida que possam levar à sua destruição física total ou parcial".
Mas segundo Israel, suas operações em Rafah seguem o direito internacional.
"Israel não realizou nem realizará operações militares na zona de Rafah que gerem condições de vida que possam causar a destruição da população civil palestina, total ou parcialmente", declarou o assessor de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, em um comunicado conjunto com o porta-voz da chancelaria.
A CIJ também exigiu que Israel mantenha aberta a passagem de Rafah (entre Egito e Gaza), que foi fechada no início da ofensiva na cidade no início do mês.
Nesta sexta, a Casa Branca informou que o presidente do Egito, Abdel Fattah al Sissi, concordou com seu contraparte americano, Joe Biden, em permitir a entrada de ajuda da ONU pela passagem de Kerem Shalom, em Rafah.
"O presidente Biden saudou o compromisso do presidente al Sissi de permitir a chegada de assistência humanitária fornecida pela ONU" através da passagem fronteiriça, disse a residência oficial da Presidência americana, acrescentando que "isto ajudará a salvar vidas".
Israel declarou, por sua vez, que "continuará permitindo que a passagem de Rafah permaneça aberta para a entrada de ajuda humanitária do lado egípcio da fronteira e impedirá que grupos terroristas controlem a passagem".
A corte decidiu sobre um pedido da África do Sul, que sustenta que a operação israelense em Gaza constitui um "genocídio".
"As acusações de genocídio apresentadas pela África do Sul contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça em Haia são falsas, escandalosas e moralmente repugnantes", afirmou um comunicado israelense.
As sentenças da CIJ são juridicamente vinculantes, mas a mais alta instância judicial da ONU carece de meios próprios específicos para impor suas decisões.