Mohamed Hamdan Daglo (com o microfone), líder dos paramilitaresAFP

Um "intenso ataque de artilharia" executado por paramilitares deixou pelo menos 40 mortos nesta sexta-feira (7) em Omdurman, a segunda cidade mais populosa do Sudão, segundo um grupo de ativistas pró-democracia do país, que está em guerra civil desde abril de 2023.
"No momento, avaliamos que há 40 civis mortos e quase 50 feridos, alguns em estado grave", afirmou o Comitê de Resistência de Karari, uma organização local que administra a assistência aos moradores da região.
Segundo o grupo de ativistas pró-democracia, o ataque foi executado pelas Forças de Apoio Rápido (FAR), o grupo paramilitar em guerra contra o Exército oficial sudanês.
"Não há um balanço preciso do número de vítimas em Omdurman. Muitos corpos foram levados para o hospital universitário Al Nao, outros para hospitais particulares ou foram enterrados pela famílias", acrescentou o comitê.
O ataque aconteceu depois que as FAR foram acusadas de executar, na quarta-feira, um massacre em Wad Al Nura, uma cidade no centro do Sudão, que deixou 104 mortos, incluindo 35 crianças, segundo ativistas pró-democracia.
O Sudão está em guerra civil desde abril de 2023. O Exército sudanês, liderado por Abdel Fattah al Burhan, e as FAR, de Mohamed Hamdan Daglo, lutam pelo controle do país.
Em pouco mais de um ano, a guerra provocou dezenas de milhares de mortes. O enviado especial americano para o Sudão, Tom Perriello, calcula que o número de vítimas chega a 150.000.
Desde o início do conflito, mais de sete milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas. Além disso, outros 2,8 milhões de pessoas foram deslocadas por outros conflitos, em um país que tem 48 milhões de estudantes.
Os dois lados foram acusados de crimes de guerra por ataques contra civis, bombardeios indiscriminados de aéreas residenciais e por impedir o acesso à ajuda humanitária.