Yoav Gallant, ministro de Defesa de IsraelAngelos Tzortzinis/AFP
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pediu a aceleração do processo de desbloqueio do envio de armas e munições por parte dos Estados Unidos, aliado histórico do país, depois que o chefe de Governo israelense criticou o atraso no fornecimento nos últimos meses.
Netanyahu disse neste domingo ao seu gabinete que o "desentendimento" com Washington, que critica o elevado número de civis mortos em Gaza, será solucionado em breve.
"À luz do que ouvi no último dia, espero e acredito que esta questão será resolvida em um futuro próximo", acrescentou.
Em um momento de tensão entre Israel e Estados Unidos, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, viaja a Washington para, em suas próprias palavras, "abordar os acontecimentos em Gaza e no Líbano".
"Nossos vínculos com os Estados Unidos são mais importantes do que nunca. Nossas reuniões com as autoridades americanas são cruciais para a guerra", afirmou Gallant em um comunicado.
A fronteira norte de Israel, com o Líbano, é cenário de aumento da violência entre o Exército israelense e o Hezbollah, aliado do Hamas, o que provoca o temor de propagação do conflito por outros países do Oriente Médio.
O grupo pró-Irã anunciou neste domingo que atacou duas posições militares no norte de Israel com drones, em resposta à morte de um de seus comandantes.
'Dezenas de alvos terroristas'
Também foram registrados bombardeios na Cidade de Gaza, ao norte, e tanques abriram fogo contra o campo de refugiados de Nuseirat, no centro.
O Exército israelense indicou que os caças atacaram no sábado "dezenas de alvos terroristas na Faixa de Gaza, incluindo instalações militares e infraestruturas, em operações direcionadas" em Rafah.
"Os terroristas foram eliminados em combates corpo a corpo e por franco-atiradores e drones" no centro do território, acrescenta uma nota militar.
A guerra começou em 7 de outubro, quando militantes do Hamas invadiram o sul de Israel e mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço baseado em dados oficiais israelenses.
Também sequestraram 251 pessoas, das quais 116 pessoas continuam em cativeiro em Gaza, incluindo 41 que teriam morrido, segundo o Exército israelense.
Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, que deixou pelo menos 37.598 mortos, também em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.
'Retirar este governo'
Mais de 150 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram no sábado em uma manifestação em Tel Aviv contra o governo de Netanyahu: o grupo pediu eleições antecipadas e o retorno dos reféns.
"A única forma de conseguir uma mudança aqui é retirar este governo, retirar os extremistas", declarou Maya Fischer, uma manifestante de 36 anos, durante o protesto, o maior desde o início da guerra.
"É hora de acabar com a guerra, trazer os reféns e salvar vidas, tanto do lado israelense como do lado palestino", acrescentou.
As negociações para um cessar-fogo estão paralisadas. Netanyahu insiste que prosseguirá com a guerra até a destruição do Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
Quase 2,4 milhões de pessoas estão aglomeradas e à beira da fome no estreito território palestino, segundo a ONU.
"Mais de um milhão de pessoas estão em deslocamento constante, em busca de um local seguro, mas não há nenhum local seguro no território", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.