Tanques bombardeiam diversas áreas de GazaAFP
Dez crianças, em média, perdem uma ou duas pernas a cada dia em Gaza, afirma liderança da ONU
Guerra já se aproxima de completar nove meses
Em média, dez crianças perdem uma ou ambas as pernas todos os dias na Faixa de Gaza, disse nesta terça-feira (25) o chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini.
"Em geral, temos uma média de 10 crianças todos os dias que perdem uma ou duas pernas", disse o responsável durante uma coletiva de imprensa em Genebra, acrescentando que este número não inclui crianças que perdem um braço ou uma mão.
Ele indicou se baseia em números da Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). "Dez por dia, ou seja, cerca de 2.000 crianças após mais de 260 dias dessa guerra brutal", enfatizou Lazzarini.
"Também sabemos que a maioria das amputações é realizada em condições horríveis e, às vezes, sem anestesia. Isso também se aplica às crianças", enfatizou.
A Faixa de Gaza está sob bombardeio incessante e operações terrestres do exército israelense em retaliação ao ataque sem precedentes realizado pelo movimento islâmico Hamas no território israelense em 7 de outubro a partir de Gaza.
Lazzarini também mencionou um relatório publicado nesta segunda-feira pela ONG Save the Children, que estima que, desde o início da guerra, "até 21.000 crianças estão desaparecidas" na Faixa de Gaza, seja porque estão enterradas sob escombros, presas, enterradas em sepulturas não identificadas ou porque perderam contato com a família e entes queridos.
Embora os números sejam difíceis de coletar e verificar, há pelo menos 17.000 crianças desacompanhadas e aproximadamente 4.000 crianças provavelmente desaparecidas sob os escombros, de acordo com a ONG.
Lazzarini advertiu, por outro lado, que a UNRWA tem o dinheiro necessário para suas operações somente "até o final de agosto".
A agência da ONU, que desempenha um papel crucial na ajuda às pessoas na Faixa de Gaza, sofreu um corte significativo no financiamento depois que Israel acusou alguns de seus 13.000 funcionários no território de envolvimento no ataque do Hamas ao território israelense em 7 de outubro.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.