Expectativa é que quase 48 mil presos serão treinados em diferentes áreasDivulgação
"Milhares de prisioneiros não perigosos, inclusive associados a gangues (embora não sejam membros de quadrilhas em si), estão sendo capacitados para nos ajudar a reconstruir nosso país", assegurou Bukele na rede social X.
Após intensas chuvas causarem deslizamentos de terra e inundações desde junho no país, quadrilhas de presos participam de tarefas diferentes para mitigar os danos, sobretudo na rede viária. Desta forma, os presos "poderão reparar parte do dano que causaram à sociedade", afirmou Bukele.Thousands of non-dangerous prisoners, including associates of gang members (though not gang members themselves), are being trained to help us rebuild our country.
— Nayib Bukele (@nayibbukele) July 5, 2024
In this way, they can repair part of the damage they have caused to society. pic.twitter.com/eE3OQ8AG8S
O presidente também postou um vídeo no X mostrando os presos fazendo trabalhos de construção, agricultura, confecção de roupas, fumigações, conserto de equipamentos eletrônicos, entre outros.
Durante uma transmissão feita por rádio e televisão, Bukele disse na noite de sexta que o Estado gasta "quase 150 milhões de dólares" (824 milhões de reais na cotação atual) por ano para atender o sistema prisional.
"Buscamos a autossustentabilidade dos centros penitenciários", declarou o vice-ministro da Justiça e diretor-geral dos presídios, Osiris Luna.
Quase 48 mil presos serão treinados em diferentes áreas, garantiu Luna. A oficina têxtil, com 5.400 detentos, deverá confeccionar 2,4 milhões de uniformes para entregar aos alunos da rede pública no próximo ano.
Outros 6.000 reclusos passarão a integrar uma empresa de construção do governo para reparar escolas, hospitais e construir estradas. O restante dos presos trabalhará em outras áreas produtivas.
No poder desde 2019, Bukele vem travando desde março de 2022 uma "guerra" contra as gangues sob um regime de exceção, que soma mais de 80 mil supostos membros dos grupos criminosos presos.
O regime de exceção, que permite prisões sem ordens judiciais, foi decretado pelo Congresso a pedido do presidente em resposta a uma escalada de violência que custou a vida de 87 pessoas entre 25 e 27 de março de 2022.
As organizações de direitos humanos questionam as detenções de inocentes sob o regime de exceção e as condições de reclusão. Com uma população carcerária que ultrapassa 111 mil presos, de acordo com ONGs humanitárias independentes, El Salvador tem 1.764 presos por 100 mil habitantes, uma das médias mais altas do mundo.
A guerra às gangues reduziu a atividade criminosa no país e favoreceu a reeleição de Bukele, que iniciou seu segundo mandato em 1º de junho.
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