Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony BlinkenAFP

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, expressou na sexta-feira (2) "preocupação" com a segurança da líder opositora María Corina Machado, que se declarou na clandestinidade diante das ameaças de detenção, e de seu candidato Edmundo González Urrutia após as questionadas eleições na Venezuela.
Em uma conversa com os dois, o secretário de Estado norte-americano citou a "preocupação com a segurança e bem-estar de ambos após as eleições", ao mesmo tempo que "condenou a violência e repressão políticas", segundo um comunicado do Departamento de Estado.
Machado se declarou na "clandestinidade", enquanto González Urrutia está em local não revelado devido às ameaças de prisão do governo depois que não reconheceram os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho. A autoridade eleitoral da Venezuela ratificou na sexta-feira a reeleição de Maduro com 52%, contra 43% de González Urrutia.
Após o anúncio da vitória de Maduro, protestos foram organizados a partir de segunda-feira em Caracas e outras cidades, manifestações que deixaram pelo menos 11 civis mortos, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, e mais de mil detidos.
Maduro acusou os dois de responsabilidade por atos violentos. "Vocês têm as mãos manchadas de sangue", disse. "Deveriam estar atrás das grades", acrescentou o presidente.
A oposição divulgou em um site o que afirma serem as cópias de 84% das atas de votação em seu poder. Estes documentos, afirmam, mostram González Urrutia como o vencedor.
Para o governo dos Estados Unidos, existe uma "evidência esmagadora" que certifica González Urrutia como o vencedor das eleições.
Segundo o comunicado divulgado pela diplomacia americana, Blinken felicitou a González Urrutia por obter "a maioria dos votos" nas eleições, "como documentam os amplos esforços da oposição democrática para assegurar uma contagem transparente dos votos".
Na mesma linha de Washington, alguns países, como Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica, Peru e Panamá, reconheceram a vitória eleitoral da oposição. Outros, como Colômbia, México e Brasil, assim como a União Europeia, exigem transparência no resultado.
Blinken "reafirmou o compromisso dos Estados Unidos de apoiar o processo de restabelecimento das normas democráticas na Venezuela".