Primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh HasinaAFP
O que começou em julho como protestos contra as cotas politizadas de admissão para cargos públicos em Bangladesh transformou-se nos piores distúrbios enfrentados por Hasina em 15 anos de poder.
Pouco depois, centenas de manifestantes invadiram sua residência oficial em Daca, a capital do país. A fonte, falou na condição de anonimato, informou que em um primeiro momento Hasina tentou sair do local em um veículo.
'Estátua derrubada'
"Seu dever é manter o nosso povo e nosso país seguros, e defender a Constituição", escreveu Sajeeb Wazed Joy, que mora nos Estados Unidos, no Facebook.
Durante os distúrbios, as forças de segurança apoiaram o governo de Hasina. Diante da magnitude dos protestos, o Supremo Tribunal flexibilizou o sistema de cotas, mas as manifestações prosseguiram e começaram a exigir a renúncia de Hasina.
Ao menos 94 pessoas morreram no domingo (4), incluindo 14 policiais, no dia mais violento desde o início dos protestos.
Manifestantes e partidários do governo se enfrentaram em todo o país com pedaços de pau e facas. As forças de segurança abriram fogo contra os protestos.
Em janeiro de 2007, os militares declararam estado de exceção após uma crise política generalizada no país e instauraram um governo provisório, que teve duração de dois anos. Hasina chegou ao poder logo depois, em 2009.
Grupos de defesa dos direitos humanos acusaram o governo de Hasina de utilizar as instituições para se consolidar no poder e reprimir a dissidência, inclusive medidas como execuções extrajudiciais de ativistas da oposição.
'Protesto final'
O jornal "Business Standard" calcula que até 400 mil manifestantes estavam nas ruas, mas não foi possível confirmar o número com outras fontes.
"Chegou o momento do protesto final", declarou Asif Mahmud, um dos principais líderes do movimento de protesto.
Durante o discurso nesta segunda-feira, o general Waker-Uz-Zaman afirmou que o papel dos estudantes agora é "manter a calma e nos ajudar".
Os soldados e a polícia não entraram em ação para impedir todos os protestos no domingo, ao contrário do que aconteceu no mês passado, quando as manifestações terminaram em atos de extrema de violência.
O general Ikbal Karim Bhuiyan, um respeitado ex-comandante do Exército, pediu no domingo a saída das tropas das ruas e a autorização de protestos, um gesto que foi interpretado como um desafio a Hasina.
O movimento contra o governo conquistou o apoio de vários setores da sociedade, incluindo estrelas de cinema, músicos e cantores.
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