Donald TrumpAFP

"Eva", "Sophia", "Samantha": com fotografias roubadas de influenciadoras europeias de beleza e moda, contas falsas se fazem passar por mulheres chiques americanas que apoiam Donald Trump na rede social X, revela um estudo publicado nesta quarta-feira (28).
O relatório da organização sem fins lucrativos Center for Information Resilience (CIR) chega no momento em que pesquisadores manifestaram alarde em relação às eleições americanas de novembro pelo fato de que a rede X, de propriedade de Elon Musk - que manifestou apoio a Trump -, está repleta de contas falsas e desinformação política.
O CIR descobriu 16 contas que utilizam imagens de influenciadoras europeias sem permissão para se passar por mulheres jovens que promoviam Trump e incentivavam milhares de seguidores a votar no candidato republicano.
Essas contas estavam entre os 56 perfis que parecem fazer parte de uma campanha coordenada para impulsionar conteúdo pró-Trump, acrescentou a organização.
Não ficou claro quem está por trás dessa fraude digital nem se as contas promoviam conteúdo pró-Trump com fins ideológicos ou lucrativos.
Os perfis falsos utilizam imagens cotidianas das contas de Instagram das influenciadoras, subtituladas com "hashtags" relacionadas ao movimento MAGA (acrônimo de "Make America Great Again") e promessas de voto em Trump, explicou CIR.
O MAGA ("Façamos os Estados Unidos grandes de novo", em português) é um slogan político associado a Trump e sua campanha.
Uma das contas falsas é "Luna", que descreve a si mesma como "partidária de MAGA Trump", de 32 anos, que utilizou imagens de uma influenciadora de moda alemã chamada Debbie Nederlof, segundo a emissora CNN, que realizou a investigação junto com o CIR.
Nederlof expressou frustração pelo uso indevido de suas imagens, ao dizer que não tinha "nada a ver com os Estados Unidos, com Trump, com as questões políticas de lá".
O X, por sua vez, não respondeu a um pedido de comentário.
A falsificação de identidade é uma violação das regras da plataforma e pode resultar na "suspensão permanente" das contas, de acordo com o próprio site da rede social.
Desde que Musk adquiriu o X em 2022, a plataforma desmantelou suas equipes de confiança e segurança e reduziu os esforços de moderação de conteúdo, que antes eram utilizados para controlar a desinformação, convertendo-a no que especialistas classificam como um paraíso para a desinformação.