Vladimir Putin, presidente da RússiaMikhail Metzel / Pool / AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira (2) que vai "lidar" com os soldados ucranianos envolvidos em uma ofensiva na região fronteiriça de Kursk e garantiu que a operação não impede o avanço das forças russas no leste da Ucrânia.
"Devemos lidar com esses bandidos que entraram no território da Federação da Rússia, em particular na região de Kursk, e que tentam desestabilizar a situação nas áreas de fronteira", declarou o presidente durante um encontro com estudantes na Sibéria.
A afirmação virulenta contrasta com o discurso repetido pelas autoridades russas, que até agora tentavam minimizar a importância da ofensiva que as forças ucranianas iniciaram em 6 de agosto na região de Kursk.
Putin destacou, no entanto, que a Ucrânia "não alcançou a principal tarefa que se propôs: interromper a ofensiva (russa) no Donbass".
A captura total do Donbass, que inclui as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, é uma das prioridades da ofensiva russa.
Com a ofensiva repentina, que surpreendeu as forças russas, o Exército ucraniano tomou rapidamente o controle de centenas de quilômetros quadrados e dezenas de localidades em Kursk, até que o seu avanço foi interrompido.
As autoridades ucranianas afirmam que a operação pretendia, entre outros objetivos, forçar a Rússia a redistribuir as forças envolvidas na ofensiva no leste da Ucrânia e enviar soldados à região de Kursk.
A meta não parece ter sido alcançada: o Exército russo acelerou seu avanço no leste da Ucrânia e anuncia quase diariamente a captura de novas localidades. Atualmente, os soldados de Moscou estão a menos de 10 quilômetros da cidade de Pokrovsk, um importante centro logístico.
Segundo Putin, em cada ataque as tropas conquistam vários quilômetros quadrados, enquanto até recentemente avançavam apenas algumas centenas de metros. "Há algum tempo que não tínhamos um ritmo assim na ofensiva no Donbass", declarou, em tom de celebração.
A ofensiva ucraniana em Kursk deixou pelo menos 31 mortos e mais de 140 feridos entre os civis. Mais de 130 mil pessoas abandonaram a região devido aos combates, segundo as autoridades russas.
Putin admitiu besta segunda-feira que os moradores de Kursk e de outras regiões fronteiriças da Ucrânia, bombardeadas com frequência, "enfrentam dificuldades".