Presidente da Argentina, Javier MileiJuan Mabromata/AFP

O governo argentino de Javier Milei anunciou, nesta segunda-feira (21), a demissão de 3.155 funcionários da Administração Federal de Receita Pública (AFIP, na sigla em espanhol), que será substituída pela futura Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro, um novo órgão similar, mas com "estrutura simplificada".
O governo vai "dissolver a Administração Federal de Receita Pública, será criada a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro [...] e será feito o desligamento de 3.155 agentes que entraram de forma irregular na AFIP durante o último governo", informou o Gabinete do Presidente em nota difundida na rede X.
Trata-se de um corte de 15% da força de trabalho atual, o que o Executivo considera "um passo imprescindível para desmantelar a burocracia desnecessária que tem obstruído a liberdade econômica e comercial dos argentinos".
Além da substituição da AFIP pela ARCA, serão reduzidos os salários dos altos funcionários da entidade e se buscará "a destruição de circuitos corruptos", segundo o boletim.
O presidente ultraliberal Milei aplicou várias medidas de desregulamentação na economia local e na estrutura estatal, reduzindo os ministérios de 18 para oito e enxugando ou eliminado outros órgãos estatais.
Como consequência de seus cortes e sua política econômica, Milei alcançou um superávit nas contas públicas.
Mas a economia doméstica sofre com uma recessão econômica, uma inflação que em setembro chegou a 209% em 12 meses e uma pobreza que chegou no primeiro semestre do ano a 52,9% da população.