Apoiadores de Evo Morales afirmam que ex-presidente é vítima de "perseguição judicial" Reprodução/Twitter @evoespueblo
Na sexta-feira, 1º, "três unidades militares foram atacadas por grupos irregulares na zona do Chapare, no departamento de Cochabamba, fazendo reféns mais de duzentos efetivos militares", assinalou a Chancelaria em um comunicado endereçado à comunidade internacional.
Além disso, "se apropriaram de armamento de guerra e munições", acrescentou a nota.
A princípio, informou-se oficialmente sobre um regimento ocupado por manifestantes na sexta-feira em Cochabamba.
O governo boliviano enviou as Forças Armadas para essa região para apoiar a polícia na reabertura das rodovias, bloqueadas pelos apoiadores de Morales.
O governo só identificou um dos três quartéis atacados, o "Cacique Juan Maraza".
Em um vídeo difundido pela imprensa boliviana, veem-se 16 militares cercados de camponeses, armados com pedaços de pau com a ponta afiada. "O Regimento Cacique Maraza foi tomado pelas centrais do Tipnis. Cortaram nossa água, a luz, fomos feitos reféns", diz um militar.
Os Tipnis são conhecidos como os territórios indígenas do Chapare, no departamento de Cochabamba, onde Morales tem sua maior base política.
Após tomar conhecimento dos primeiros acontecimentos, o presidente boliviano, Luis Arce, ex-ministro da Economia do governo de Morales (2006-2019), condenou a atitude dos indígenas.
"A tomada de uma instalação militar por grupos irregulares é um crime de traição à Pátria em qualquer lugar do mundo", assinalou o presidente.
Greve de fome
Seus seguidores denunciam que as ações judiciais fazem parte de uma "perseguição judicial e política" do governo de Arce contra o líder indígena de 65 anos.
"E para que o diálogo seja viável, responsável e tenha resultados, peço a participação de organismos internacionais de países amigos", acrescentou.
Morales está em greve de fome na região do Chapare, de onde não se deslocou diante da ameaça de uma ordem de prisão emitida contra ele pelo Ministério Público, que o investiga, e depois que ele disse ter sofrido um atentado a tiros no domingo passado.
Na sexta-feira, o governo conseguiu restabelecer o trânsito em uma estrada que liga Cochabamba a La Paz, em uma operação policial que terminou com 66 detidos e 22 feridos, sobretudo membros das forças de ordem.
Segundo o governo, os protestos deixaram no total 92 feridos.
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