Primeiro-ministro de Israel, Benjamin NetanyahuAFP
Israel mantém ofensivas simultâneas contra o Hamas na Faixa de Gaza e o Hezbollah no Líbano, dois movimentos islamistas pró-Irã.
Apesar dos duros golpes que recebeu por parte de Israel, o Hezbollah prossegue com os lançamentos de foguetes contra o norte do território israelense e anunciou que disparou "uma grande salva de foguetes" nesta segunda-feira contra a cidade de Safed.
A atual guerra na Faixa de Gaza começou com o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023. Um dia depois, em apoio ao Hamas, o Hezbollah abriu uma frente contra Israel, que desde o mês de setembro virou uma guerra aberta.
O Parlamento israelense proibiu na semana passada as atividades da UNRWA em Israel e nos territórios palestinos ocupados. Nesta segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores notificou oficialmente a ONU sobre "o cancelamento do acordo", segundo um comunicado.
A UNRWA foi criada em 1950 pela ONU e presta serviços sociais a milhões de refugiados palestinos nos territórios ocupados e em vários países árabes, muitos deles descendentes das centenas de milhares de deslocados provocados pela criação do Estado de Israel em 1948.
O acordo da agência com Israel data de 1967, quando começou a ocupação israelense dos territórios palestinos da Cisjordânia e Gaza, assim como de Jerusalém Oriental.
Israel acusa "funcionários da organização de terem participado do massacre de 7 de outubro", segundo o comunicado do Ministério.
"A ONU recebeu inúmeras evidências de que agentes do Hamas são funcionários da UNRWA e que suas instalações estão sendo utilizadas com fins terroristas", acrescenta a nota.
Temor de "colapso" da ajuda aos palestinos
Mas o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, rejeita o argumento. "A grande maioria da ajuda humanitária em Gaza chega por outras organizações e apenas 13% desta ajuda procede da UNRWA", disse.
"Para nós, a UNRWA ou nada", disse Shafic Ahmad Jad no campo de refugiados de Nur Shams, norte da Cisjordânia, onde os habitantes temem por seu futuro desde que o escritório da agência sofreu graves danos durante um bombardeio israelense.
Israel prometeu destruir o Hamas após o ataque de 7 de outubro, que provocou as mortes de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses, que incluem os reféns mortos em cativeiro.
Das 251 pessoas sequestradas, 97 permanecem retidas em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo Exército.
Em represália, o Exército israelense iniciou uma ofensiva em Gaza que deixou mais de 43.300 mortos, a maioria civis, segundo os dados do Ministério da Saúde do Hamas.
Israel mantém os bombardeios sem trégua na Faixa de Gaza há mais de um ano, onde vivem quase 2,4 milhões de pessoas, a maioria em condições consideradas "desastrosas" pela ONU.
"A cada hora, há massacres, pessoas deslocadas e pessoas famintas, não temos água e nenhuma ajuda está sendo entregue", lamenta Sumaya Al-Zaanin, 40 anos, que foi deslocada diversas vezes em Gaza.
Na fronteira norte, o Exército israelense bombardeou novamente nesta segunda-feira o sul do Líbano, onde iniciou uma ofensiva terrestre em 30 de setembro.
O Exército israelense anunciou ter "eliminado" um comandante local do Hezbollah no sul do Líbano, Abu Ali Rida, e afirmou que este homem era responsável por "planejar e executar ataques com foguetes e mísseis antitanque contra as tropas israelenses, além de "supervisionar" as atividades terroristas do Hezbollah na região.
Em 23 de setembro, Israel intensificou os ataques contra o Hezbollah com o objetivo de permitir o retorno dos 60.000 habitantes do norte de Israel deslocados pelo lançamento dos foguetes.
Pelo menos 1.940 pessoas morreram desde 23 de setembro no Líbano, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.
Setenta e duas pessoas morreram por disparos de foguetes contra o norte de Israel desde 7 de outubro de 2023 e pelo menos 38 soldados israelenses faleceram no sul do Líbano desde o início da ofensiva terrestre em 30 de setembro, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
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