Estudante que tirou a roupa foi levada para 'centro de atendimento especializado', diz Embaixada do Irã
Estudante da renomada universidade Azad foi detida após ficar de roupa íntima, no que grupos de ativistas disseram ter sido um protesto contra a perseguição dos agentes de segurança
A estudante iraniana detida no último sábado em Teerã após tirar a roupa em público foi “transferida para um centro de atendimento especializado", anunciou a embaixada do Irã em Paris nesta quarta-feira (6).
“A estudante sofre de fragilidade psicológica e foi transferida de ambulância dos serviços de emergência social para um centro de atendimento especializado", informou a embaixada, sem citar o nome do estabelecimento. O ministro iraniano da Ciência, Pesquisa e Tecnologia, Hosein Simaei, descreveu o comportamento da jovem como “imoral”.
A estudante da renomada universidade Azad foi detida após ficar de roupa íntima, no que grupos de ativistas disseram ter sido um protesto contra a perseguição dos agentes de segurança, que a acusavam de não respeitar o código de vestimenta islâmico.
Em vídeos que viralizaram, a estudante aparece caminhando lentamente, de roupa íntima, em frente à universidade, antes de ser forçada por homens a entrar em um carro.
A ONG Anistia Internacional informou ontem no X que a estudante havia sido transferida para um hospital psiquiátrico, e lembrou que "as autoridades iranianas veem o rechaço ao véu obrigatório como um "transtorno mental" que requer tratamento.
Mãe de dois filhos e separada, “uma vez recuperada, a estudante vai retomar os estudos na universidade" se a instituição permitir, informou a embaixada iraniana, ressaltando que se trata de "um assunto privado".
Negando qualquer transtorno mental, a ativista radicada nos Estados Unidos Masih Alinejad descreveu no X a estudante como “uma mulher corajosa, cheia de alegria e vitalidade”, citando fontes que a conhecem.
Desde que o caso veio à tona, a jovem se tornou um novo símbolo da luta das mulheres no Irã.
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