O Soshanguve Plaza, shopping onde a mãe entregou o bebê, no norte de PretóriaReprodução / Google Street View

Uma mãe de 23 anos vendeu o seu bebê de oito meses no Facebook e uma semana depois, se arrependeu da decisão e queria pegar o seu filho de volta. Agora, em meio às buscas, ela enfrenta acusações na Justiça de tráfico infantil. O caso aconteceu em Pretória, norte da África do Sul.
Segundo as investigações, a mulher, que não foi identificada, marcou de encontrar a compradora no shopping local Soshanguve Plaza. Então, ela entregou a criança à pessoa, que foi embora em um táxi. A informação foi repercutida pelo jornal britânico "The Mirror".
Ao canal sul-africano "SNL24", a mãe disse que tomou essa atitude por desespero. "Eu estava lutando financeiramente para criar meu bebê. Eu não estou bem. Eu quero meu bebê. Eu amo meu bebê", afirmou.
"A mulher [que comprou a criança] mora perto de Orange Farm, em Joanesburgo. A última vez que falei com ela, eu disse que tinha medo de ser presa. Quero dizer àquela mulher que o que fiz foi errado. Eu não deveria ter tomado aquele caminho", concluiu.
O porta-voz da Promotoria Nacional Sivenathi Gunya deu detalhes sobre a ocorrência. "É alegado que ela anunciou sua filha para venda no Facebook Marketplace e uma mulher demonstrou interesse, pegou o bebê e prometeu dar à mãe R$ 350 mensais até que ela se recuperasse. Mas ela não pagou o dinheiro e não pode ser rastreada", explicou. O Marketplace é uma ferramenta da rede social destinada a compra e venda de itens diversos.
O namorado da mulher, que afirma ser o pai da criança, se mostrou surpreso com a situação. "Ela não tinha dinheiro para cuidar do bebê. Eu não estava morando com ela quando isso aconteceu. Pensei que ela tivesse o enviado para sua família", disse à imprensa local.
O porta-voz da polícia de Guateng, capitão Tintswalo, contou que o caso, aberto no último dia 19 de outubro, foi enquadrado como tráfico de crianças. "A suspeita, a mãe da criança, foi presa no mesmo dia e compareceu ao Tribunal de Magistrados de Ga-Rankuwa em 21 de outubro", contou.
A mãe, no entanto, pagou fiança e foi liberada. O seu julgamento foi adiado para 6 de fevereiro. "Eu deveria ter levado meu bebê para assistentes sociais. Passei quase duas semanas na prisão e não é um bom lugar para se estar. Não há liberdade na prisão", falou a mãe.