Governo mexicano tentará convencer Trump sobre a inconveniência da medida tarifáriaAlfredo Estrella/AFP
"O impacto sobre as empresas é enorme. (...) Aproximadamente 400.000 empregos seriam perdidos" nos Estados Unidos, afirmou o secretário de Economia mexicano, Marcelo Ebrard, com base em um cálculo de seu departamento, fundamentado em números de empresas automotivas dos EUA que operam no México.
A previsão é um dos argumentos com os quais o governo mexicano tentará convencer Trump sobre a inconveniência da medida tarifária, anunciada na segunda-feira e que também afetaria o Canadá.
O objetivo de Trump é pressionar ambos os países vizinhos e parceiros no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (T-MEC) para que – segundo o presidente eleito – ponham fim à "invasão" de drogas e migrantes irregulares para os Estados Unidos.
Os comentários do ministro mexicano se somam à carta que a presidente Claudia Sheinbaum enviou a Trump na terça-feira, alertando que nem "com ameaças nem com tarifas" será possível deter a migração irregular nem o consumo de drogas nos Estados Unidos.
"O impacto principal dessa medida é contra o consumidor nos Estados Unidos. (...) Por isso, dizemos que é um tiro no pé", acrescentou o secretário durante a habitual coletiva de imprensa matinal de Sheinbaum.
Ebrard adiantou que o México proporá políticas para tornar a América do Norte o bloco comercial "mais seguro, produtivo e competitivo do mundo".
A proposta se baseia em três pilares: "segurança, migração e governança", para fomentar a criação de empregos, investimentos e otimização das cadeias regionais de suprimentos, afirmou.
Sheinbaum disse, por sua vez, que ainda não foi agendada uma reunião com Trump e sua equipe, encontro que a presidente propôs na carta que lhe enviou.
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