Desde a queda de Assad, Israel lançou centenas de bombardeios contra instalações militares síriasJalaa Marey / AFP
Israel pede que exército permaneça em zona desmilitarizada da Síria
Este envio de tropas israelenses coincide com a operação de retirada dessas forças do sul do Líbano
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou nesta sexta-feira ao Exército que se "prepare para permanecer" durante todo o inverno na zona desmilitarizada entre Israel e Síria, no planalto das Colinas do Golã, parcialmente anexado por Israel.
Israel tomou uma parte da zona desmilitarizada patrulhada pela ONU depois que insurgentes sírios liderados por islamitas sunitas derrubaram Bashar al-Assad no domingo.
Desde a queda de Assad, Israel lançou centenas de bombardeios contra instalações militares sírias, argumentando que procura evitar que caiam nas mãos dos rebeldes.
Este envio de tropas israelenses coincide com a operação de retirada dessas forças do sul do Líbano, após um cessar-fogo com o movimento xiita Hezbollah.
O Exército israelense continua em guerra com o grupo palestino Hamas em Gaza.
"Por causa do que está acontecendo na Síria, é de suma importância em termos de segurança manter nossa presença no cume do Monte Hermon, tudo deve ser feito para garantir a prontidão do [Exército] lá, para que os combatentes possam permanecer no local apesar das difíceis condições climáticas" do inverno do norte, declarou o ministro Katz em um comunicado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na quinta-feira que a queda do governo de Assad criou um "vácuo" na fronteira de Israel com a zona neutra.
Netanyahu reiterou que este destacamento é "temporário" até ao estabelecimento de uma força que possa garantir o acordo de 1974, que determina que as forças de manutenção da paz da ONU patrulhassem uma faixa para separar os territórios ocupados por Israel daqueles controlados pelas forças sírias.
Israel tomou parte das Colinas de Golã, que pertenciam à Síria, na guerra de 1967 e depois reforçou sua posição durante a guerra de 1973.
Em 1981 anexou parte deste território estratégico, uma ação não reconhecida pela comunidade internacional, com exceção de Israel e Estados Unidos.
O porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta semana que a mobilização de tropas israelenses na zona de contenção nas Colinas de Golã "constitui uma violação" do acordo de 1974 entre Israel e Síria.
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