Tanque israelense na fronteira com a Faixa de GazaArquivo / AFP
"Estamos determinados a cortar este braço do terrorismo do eixo do mal iraniano. Continuaremos até concluir o trabalho", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, após as incursões aéreas no Iêmen, um país no sudoeste da Península Arábica, situado a mais de dois mil quilômetros de Israel.
Os bombardeios ao aeroporto, instalações militares e uma usina de energia ocorreram em meio ao aumento das hostilidades entre Israel e os rebeldes huthis do Iêmen, que fazem parte do chamado "eixo da resistência", uma rede de organizações alinhadas ao Irã e hostis ao Estado israelense.
O aeroporto da capital foi alvo de "mais de seis" ataques, e a base aérea adjacente de Al Dailami também foi bombardeada, segundo testemunhas ouvidas pela AFP.
O porta-voz dos insurgentes, Mohammed Abdulsalam, denunciou os ataques como uma "agressão israelense contra todo o povo iemenita".
Os ataques ocorreram um dia após os rebeldes huthis lançarem um míssil e dois drones contra Israel.
O exército israelense afirmou que "aviões de combate israelenses realizaram bombardeios com base em informações de inteligência contra alvos militares pertencentes ao regime terrorista huthi".
Os alvos incluíram "infraestrutura militar" no aeroporto e na usina de energia em Sanaã e Hodeida, bem como outras instalações nos portos desta cidade, de Salif e de Ras Kanatib, informou o exército em comunicado.
"Esses alvos militares eram usados pelo regime terrorista huthi para introduzir armas iranianas na região e para a entrada de altos funcionários iranianos", detalhou o texto.
Três mortos
O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estava nesta quinta-feira no aeroporto de Sanaã bombardeado por Israel, relatou vítimas e danos no local, mas assegurou que estava "são e salvo".
Um tripulante do avião de Tedros Adhanom Ghebreyesus "ficou ferido", contou o chefe da OMS, mas todos os membros da comitiva desta organização e da ONU que o acompanhavam saíram ilesos, especificou na rede social X.
O Irã classificou os ataques israelenses contra alvos rebeldes huthis como um "crime" e afirmou tratar-se de "uma violação clara da paz e da segurança internacional".
Os huthis controlam amplas áreas do Iêmen, incluindo grande parte de suas regiões mais populosas, após tomarem a capital e derrubarem o governo reconhecido internacionalmente em setembro de 2014.
O aeroporto de Sanaã, que retomou voos internacionais em 2022 após seis anos de interrupção, oferece uma conexão regular com Amã, a capital da Jordânia.
"Pagarão um alto preço"
Após o incidente, Netanyahu ordenou a destruição das infraestruturas do grupo rebelde.
"Dei instruções às nossas forças armadas para destruir a infraestrutura dos huthis, porque quem tentar nos prejudicar será atingido com vigor", declarou Netanyahu ao Parlamento.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há mais de um ano, os huthis lançaram diversos ataques contra Israel, aliado de Washington, em solidariedade aos palestinos.
Netanyahu advertiu na semana passada que os huthis "pagarão um alto preço" por seus ataques contra Israel.
"Depois do Hamas, Hezbollah e o regime de [Bashar al] Assad na Síria, os huthis são quase o último braço do eixo do mal do Irã", disse.
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