Autoridades chinesas afirmam que hPMV não causou sobrecarga no sistema de saúde do paísReprodução
Semelhante à gripe
Ele é transmitido por contato pessoal ou quando alguém toca uma superfície contaminada. Os sintomas comuns são tosse, febre e obstrução nasal, semelhantes a muitos tipos de gripes e resfriados.
Grupos vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e pessoas com deficiências imunológicas, podem apresentar sintomas mais graves.
A recomendação de saúde pública para a HMPV é semelhante à da febre, diz John Tregoning, professor de imunologia de vacinas do Imperial College London.
“Proteger-se permanecendo em locais bem ventilados, cobrindo a boca ao tossir e limpando as mãos ajuda”, explica ele. As pessoas infectadas devem “descansar, beber líquidos e tentar não espalhar a doença para outras pessoas”, acrescenta.
Não é como a covid
Isso significa que a população nunca havia sido exposta a ele e, portanto, não havia desenvolvido imunidade, aumentando o risco de doença grave.
Por outro lado, o HMPV está circulando há décadas e a população mundial já tem alguma proteção contra ele. “Ele faz parte do coquetel de vírus de inverno ao qual estamos expostos”, diz Tregoning.
Paul Hunter, professor de medicina da University of East Anglia, no Reino Unido, diz que “quase todas as crianças terão pelo menos uma infecção por HMPV até os cinco anos de idade”. Muitas pessoas contraem o vírus várias vezes durante a vida, ele insiste.
O que a China disse?
Entre outras medidas, o Centro Nacional de Controle e Prevenção de Doenças anunciou que estava “testando o monitoramento ativo da pneumonia de origem desconhecida”.
Naquela ocasião, o alto funcionário do NCDC, Kan Biao, também apresentou uma visão geral da situação de várias doenças infecciosas no país.
Segundo ele, os vírus da gripe estão em uma tendência ascendente, assim como os vírus sinciciais respiratórios em crianças de 0 a 4 anos e os HMPVs em crianças de 14 anos ou menos, enquanto os rinovírus estão em uma tendência descendente.
No entanto, o órgão reiterou que “a magnitude e a intensidade da disseminação de doenças infecciosas respiratórias foram menores do que no ano passado”.
O Ministério das Relações Exteriores disse na sexta-feira que era “seguro viajar para a China”.
'Faixa normal'
A preocupação se espalhou globalmente e muitas pessoas se lembraram da suposta falta de transparência durante os primeiros dias da pandemia de covid-19.
No final de dezembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu à China que compartilhasse mais dados sobre as origens do vírus, dizendo que isso era “um imperativo moral e científico”.
Mas na terça-feira, a OMS procurou acalmar os temores sobre o HMPV. “Os níveis de infecções respiratórias relatados pela China estão dentro da faixa normal, que é o que esperamos ver na temporada de inverno”, disse a porta-voz Margaret Harris.
“Até o momento, não há alerta internacional emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a vigilância epidemiológica brasileira está em constante comunicação com autoridades sanitárias da OMS e de vários países, incluindo a China, para monitorar a situação e trocar informações relevantes.”
De acordo com o ministério, as últimas atualizações de vigilância feitas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China mostram que a magnitude e a intensidade das infecções respiratórias registradas ao longo das últimas semanas foram menores do que as registradas no mesmo período do ano anterior.
“No entanto, foi observado um aumento nas infecções respiratórias agudas, incluindo gripe sazonal, metapneumovírus humano (HMPV), infecção por rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros, particularmente nas províncias do norte chinês.”
“Embora o risco de uma pandemia seja considerado baixo pelos especialistas, o Ministério da Saúde salienta que é fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle de infecções respiratórias”, completou a nota.
A pasta voltou a incentivar a vacinação como medida preventiva para infecções respiratórias, incluindo a covid-19 e a gripe ou influenza — sobretudo entre grupos considerados prioritários, como idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades.
De acordo com o ministério, as vacinas contra a covid-19 e a influenza continuam sendo eficazes contra formas graves de ambas as doenças, reduzindo o número de hospitalizações e mortes provocadas pelas variantes em circulação.
A nota também incentiva o uso de máscaras faciais por pessoas com sintomas gripais e resfriados, já que a estratégia contribui para diminuir a transmissão de todos os vírus respiratórios, inclusive o metapneumovírus.
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